Comissão da Verdade não pode ser indutora do revanchismo e passar apenas parte da história a limpo

Manobra combinada – O a esquerda festiva e radical tanto queria acabou acontecendo. A tal Comissão da Verdade foi criada, instalada e os nomes dos sete integrantes escolhidos e anunciados pela presidente Dilma Rousseff. Dizem os politicamente corretos que um país não pode de forma alguma ignorar sua história e abandonar o seu passado. Pois bem, a história de uma nação sem dúvida alguma deve ser preservada, desde que essa preservação seja isonômica e verdadeira.

A Comissão da Verdade precisa, antes de tudo, se transformar em comissão de verdade, sob pena de ser encarada como mero instrumento de revanchismo da esquerda verde-loura, que praticou seguidos atos terroristas sob a chancela de que era preciso lutar pela liberdade democrática. Não se trata de proteger a direita, que agiu deliberadamente nos porões da ditadura, e estocar a esquerda, mas de exigir que a tal Comissão cumpra o seu papel sem proteger esse ou aquele.

Aos atuais donos do poder, a quem está subordinada a Comissão da Verdade, pouco importa a elucidação do passado, pois o interesse maior é mais uma vez surgirem em cena como coitados, vítimas das chamadas elites, da imprensa golpista. Se for para passar a História nacional a limpo, que seja por inteiro, pois muitos brasileiros desconhecem a realidade dos fatos.

Desrespeitar leis é algo comum no Brasil, que ganhou força com a chegada de Luiz Inácio da Silva ao poder central. De lá para cá, leis importantes têm sido atropeladas de forma acintosa, apenas porque, segundo esses magnânimos, o fim justifica os meios. Nessa toada do desrespeito ao conjunto legal está a Lei de Anistia, que beneficiou todos os protagonistas do mais triste período da história brasileira. De tal modo, o que se busca com essa Comissão é expor publicamente parte desses protagonistas, pois se todos viessem a lume muitos seriam desmascarados.

Não somos a favor de um lado ou de outro, até porque a família do editor foi vítima da ditadura, mas torcemos para que sejam esclarecidos, também, casos como o roubo do cofre do ex-governador Adhemar de Barros e o mistério sobre os que sobreviveram ao massacre do Araguaia. De resto, que a verdade venha à tona, sim!

Confira abaixo os nomes dos indicados pela presidente Dilma Rousseff para a Comissão da Verdade

Gilson Dipp – ministro do Superior Tribunal de Justiça

José Carlos Dias – advogado e ex-ministro da Justiça

Rosa Maria Cardoso da Cunha – advogada

Cláudio Fontelles – ex-procurador-geral da República

Paulo Sérgio Pinheiro – sociólogo

Maria Rita Kehl – psicanalista

José Paulo Cavalcanti Filho – advogado