Ruas e avenidas de SP confirmam a incompetência de Kassab e explicam alto índice de desaprovação

Fim de linha – O paulistano está prestes a se livrar de um dos piores prefeitos da história. E para que isso aconteça restam apenas 234 dias. Eleito pelo Democratas, com o apoio do tucano José Serra, o alcaide Gilberto Kassab é um malabarista político. Traiu a própria legenda para criar um novo partido, o PSD, que surgiu em cena a reboque de um escândalo de assinaturas sob suspeita.

Confirmada a existência legal da legenda, Kassab tentou se bandear para os lados de Dilma Rousseff, na esperança de contar com o apoio do PT para sua empreitada de chegar ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, em 2014. Como moeda de troca, Kassab ofereceu aos palacianos a subserviência do partido no Congresso Nacional. Deu errado, pois Gilberto Kassab é um oportunista conhecido. Na tentativa de alimentar o sonho, Kassab arrastou para o PSD o atual vice-governador paulista, Guilherme Afif Domingos, o que nos bastidores provocou uma rota de colisão com Geraldo Alckmin. Com áreas de bom moço, Alckmin opera nas coxias do poder com a destreza de um espadachim. E a estocada final sobrou no peito do prefeito

No capítulo seguinte, Kassab tentou se aliar ao PT de Lula, oferecendo os dotes do PSD para turbinar a campanha do empacado Fernando Haddad. Em troca, o prefeito paulistano cobrou o direito de indicar o vice de Haddad. Enquanto o PT levava a decisão em “banho-maria”, Kassab partiu para a sandice de doar um terreno no centro da capital paulista para o Instituto Lula, entidade comandada pelo ex-metalúrgico, responsável pelo período mais corrupto da história política nacional. Deu errado também, pois os petistas conhecem Gilberto Kassab de longa data. Contudo, o projeto de doação do tal terreno na “Cracolândia” seguiu seus passos e chegou ao plenário da Câmara Municipal, sob uma intensa chiadeira dos cidadãos da maior cidade brasileira.

Sem saída, Kassab deixou os petistas a ver navios e migrou para a candidatura de José Serra, que em outubro próximo disputará pelo PSDB o trono da Pauliceia Desvairada. E por questões óbvias essa declaração de amor político não sairá de graça, pois nessa seara o que impera é o negócio.

Enquanto Gilberto Kassab reservou os últimos longos meses para fazer política, sua aprovação despencou de maneira assustadora, permanecendo na vexatória casa dos 20%. O presidente nacional do PSD tenta se explicar, mas contra fatos não há argumentos. Quem não consegue manter em condições mínimas o asfalto das ruas e avenidas da sexta maior cidade do planeta não pode sonhar com a aprovação da população. Quem anda pelas vias paulistanas pensa estar circulando por Cabul, capital do Afeganistão, mas logo percebe que é refém da incompetência de Kassab, tamanha é a quantidade de buracos espalhados pela cidade.

Gilberto Kassab pode não saber as razões do seu índice de desaprovação, mas os paulistanos sabem isso nas rodas dos carros. Sem ter o que fazer a partir de janeiro de 2013, Kassab poderia dedicar parte do seu tempo livre para explicar aos brasileiros a sua tumultuada participação, como deputado federal, na CPI dos Combustíveis. Se alguém tiver dúvida, um bisonho episódio na Rodovia Anhanguera, que liga a capital paulista ao interior, pode ser o fio da meada.