Cancelamento de contratos por parte da Petrobras coloca mais polêmica sobre a nebulosa venda da Delta

Muito estranho – Parlamentares da chamada base aliada que integram a CPI do Cachoeira, criada para investigar as relações do contraventor goiano com políticos e empresários, são contra a convocação de representantes da Delta Construções e da holding J&F, controladora do frigorífico JBS/Friboi e que comprou a empreiteira que teve crescimento meteórico nos dois governos de Luiz Inácio da Silva.

O governo federal nega ter dado aval à transação envolvendo a empresa então comandada pelo empresário Fernando Cavendish, mas o novo proprietário da Delta, José Batista Júnior, garante que teve as bênçãos do Palácio do Planalto antes de bater o martelo. A discrepância que marca as declarações reforça o pleito da oposição de convocar os envolvidos no negócio, pois se o governo de fato ficou à margem da transação, não há razão para derrubar o requerimento.

As suspeitas surgiram a partir do fato de que Henrique Meirelles, presidente do Banco Central durante a era Lula, é o principal executivo da holding da família Batista. O enredo torna-se ainda mais insustentável com a informação de que a Petrobras cancelou contratos com a Delta no valor de R$ 843,5 milhões, o que levou a empresa a demitir 800 funcionários.

Até onde se sabe o grupo J&F não cresceu fazendo péssimos negócios, como é a aquisição da Delta, uma empreiteira que está no cerne de investigações da Polícia Federal por suspeita de envolvimento com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e vem perdendo seguidamente contratos milionários. Há nessa história algo muito mal contado, que no caso de ser revelado pode provocar uma hecatombe na política nacional.