Dilma Rousseff nega, mas Comissão da Verdade será arrastada pelo revanchismo e ódio da esquerda

(Foto: Roberto Stuckert Filho - PR)
Começando mal – Durante a instalação da Comissão Nacional da Verdade, em cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Vana Rousseff, que foi às lágrimas, disse que os trabalhos do colegiado não serão marcados por ódio e revanchismo e que a sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia. Esse discurso, incensado por muitos e classificado como a grande chance de o Brasil fazer as pazes com sua história, é no mínimo estranho, pois há muito que o revanchismo marca essa ideia de trazer a verdade dos fatos à tona.

Acontece que a esquerda brasileira, hoje no poder, não quer ver seus atos de combate à ditadura expostos à opinião pública, porque muitos seriam desmascarados e comprometeria o projeto totalitarista de poder que está em marcha.

Há quem diga que a Comissão da Verdade é um ato que fará do Brasil um país mais moderno, mas o perfil de seus integrantes mostra o viés tendencioso que deve emoldurar as investigações. Entre os sete notáveis convidados para compor o colegiado está a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, que defendeu a presidente Dilma nos tempos da ditadura. Como a estreia da tal Comissão se deu à sombra de um desentendimento sobre o que será investigado, só resta concluir que o governo busca patrocinar uma caça às bruxas.

A Comissão da Verdade, se depender do desejo tendencioso de alguns, investigará apenas os crimes de violação dos direitos humanos cometidos por agentes do Estado, ao contrário do que defende o ministro Gilson Dipp, do STJ, para quem a respectiva lei determina que todos os atos em questão sejam apurados.

Dilma Rousseff não precisava convidar sua ex-advogada para integrar a Comissão, mas considerando ser algo necessário e importante, o princípio da isonomia recomenda que um representante das Forças Armadas fizesse parte do grupo. O Brasil precisa ficar atento aos desdobramentos do trabalho da Comissão da Verdade, pois pode ser o primeiro passo para uma eventual mudança da Lei da Anistia. Não que sejamos contrários à punição de quem cometeu crimes durante o mais triste período da história brasileira, mas que o julgamento, se for o caso, não seja obra de um tribunal de exceção, pois assim estaríamos repetindo a era plúmbea.