Presidente do PPS quer banir o esquema de blindagem que reina na CPI do Cachoeira

Olho da rua – Presidente nacional do PPS, o deputado federal Roberto Freire (SP) defendeu, neste sábado (19), que os três governadores citados nas investigações da Polícia Federal feitas nas operações Monte Carlo e Vegas sejam convocados a depor na CPI do Cachoeira e que a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico da empresa Delta não fique restrita apenas à região Centro-Oeste, mas se estenda a todo o país.

O parlamentar fez a declaração ao comentar a mensagem que o deputado Cândido Vacarezza (PT-SP) enviou ao governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), garantindo a ele proteção do governo na Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar a teia de relacionamentos do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que alcançou a Delta Construção, empreiteira que mais cresceu sob o manto de Lula e que agora estranhamente integra o grupo do frigorífico JBS-Friboi.Os outros dois governadores são Marconi Perillo, de Goiás, e Agnelo Queiroz, do Distrito Federal.

Blindagem

“Esses que querem tirar Vacarezza da CPI têm de se lembrar que o que tem de sair da comissão é a blindagem”, afirmou Freire, referindo-se a declarações de petistas. “Estão tentando reduzir o problema ao Vacarezza”, protestou.

Freire defendeu que os governistas, “que são os mais indignados”, sejam chamados a assinar requerimento de convocação dos três governadores e do ex-dono da Delta Construção, Fernando Cavendish, além da quebra se sigilos da empresa em todo o país. “Que venham derrubar a blindagem da Delta e dos governadores, porque mais grave do que o que Vacarezza fez é o que a maioria concretizou”, disse, numa referência à votação, na CPI, da quebra apenas parcial dos sigilos da empresa e do sobrestamento dos pedidos de convocação dos governadores.

Roberto Freire afirmou ainda que acha correta a saída de Vacarezza da CPI. O deputado foi flagrado por um repórter cinematográfico do SBT enviando uma mensagem de seu celular para o governador do Rio com o seguinte teor: “A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe. Você é nosso e nós somos teu (sic)”.