Mais um tempo – O depoimento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, à CPMI está marcado para terça-feira (22), mas pode não acontecer, pois a defesa, comandada pelo criminalista e ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, requereu mais tempo para analisar os documentos.
Os integrantes da Comissão alegam que os advogados de Cachoeira tiveram tempo suficiente para a análise do inquérito, mas o que se busca é desviar o foco de outros assuntos do caso, como a quebra dos sigilos da Delta Construção em todo o País – não apenas no Centro-Oeste – e a convocação dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ).
Não se trata de defender o contraventor Carlinhos Cachoeira, mas de ser coerente em relação à análise dos documentos e arquivos que recheiam o inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Por maior que seja a equipe de advogados, uma semana é tempo ínfimo para se analisar 15 mil páginas e 90 mil arquivos de áudio.
Que os advogados, dependendo do lado em que atuam, usam a procrastinação a favor do cliente todos sabem, mas é preciso no mínimo manter a justeza, desde que preservada a vigilância. Só assim a CPI chegará a um resultado consistente e com condições de sugerir indiciamentos, sem ser alcançada por chicanas jurídica que invalidem um trabalho de investigação tão importante e necessário.