Boca fechada – Como era esperado, Carlos Augusto Ramos se recusou a responder às perguntas dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito batizada com sua alcunha, CPI do Cachoeira, criada para investigar a teia de relacionamentos do contraventor goiano.
Sem a obrigação de prestar juramento de dizer apenas a verdade, Cachoeira tem utilizado o vernáculo “calado” após todas as perguntas formuladas pelos parlamentares. A defesa do bicheiro, comandada pelo criminalista e ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), solicitou ao Supremo Tribunal Federal mais três semanas para analisar os documentos e arquivos de áudio constantes do inquérito, mas o pedido foi rejeito pelo ministro Celso de Mello, que confirmou para esta terça-feira (22) o depoimento do empresário da jogatina.
O Brasil precisa desvendar a rede de corrupção que existia por trás das operações de Carlinhos Cachoeira, mas é preciso reconhecer ser inviável analisar em poucos dias mais de 15 mil documentos e 90 mil arquivos de áudio. Melhor seria ter acolhido o pedido formulado pelos advogados, mesmo que em audiência futura o acusado se valesse do direito de permanecer calado.
A decisão de manter a audiência para esta a tarde desta terça-feira faz parte da estratégia da base aliada de dificultar a solução do caso, uma vez que os envolvidos no esquema criminoso de Carlinhos Cachoeira estão em todas as instâncias do Estado, inclusive no governo federal, seja por contatos diretos, seja por conexões transversas por meio da Delta Construção.
Sem qualquer esboço de resposta por parte do investigado, a inquirição de Carlos Augusto Ramos está servindo apenas e tão somente como vitrine política para os parlamentares, que em ano eleitoral têm dificuldades para prestar contas aos respectivos eleitores. Não faz muito tempo, o ucho.info afirmou sem medo de errar que a CPI do Cachoeira tem tudo para dar em nada. E a sequência dos fatos tem comprovado essa tese. Tudo financiado com o suado dinheiro do contribuinte.