Lula foge da responsabilidade e divulga nota negando que tenha chantageado Gilmar Mendes

Face lenhosa – Como era esperado, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva negou que tenha chantageado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, na tentativa de adiar o julgamento do escândalo de corrupção que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”. Em nota distribuída pelo Instituto Lula no início da noite desta segunda-feira (28), o ex-metalúrgico classificou como “inverídica” a forma como a revista veja tratou o teor da conversa com o ministro do STF, ocorrida no último dia 26 de abril, no escritório de Nelson Jobim, em Brasília. “Meu sentimento é de indignação”, afirmou Lula na nota.

“O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, completou o ex-presidente.

De acordo com a assessoria do Instituto Lula, “a autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público”.

Lula e seus assessores podem dizer o que bem entender, pois o Brasil ainda é uma democracia, mas negar a essa altura pouco resolve. O que se sabe é que integrantes da cúpula do PT, a começar por José Dirceu, estão cada vez mais desesperados com a possibilidade iminente de condenação por parte do STF. A primeira tentativa de comprometer o julgamento foi desqualificar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tentando convocá-lo para depor na CPI do Cachoeira, considerada como um tipo no pé disparado por Lula.

Como Gurgel acabou blindado pelo próprio STF, a saída foi seguir com a pressão sobre os ministros da máxima instancia da Justiça brasileira. O encontro com Gilmar Mendes foi o segundo tiro no pé disparado pro Lula, pois nenhum ministro do Supremo seria irresponsável a ponto de inventar um enredo com tantos detalhes. O desmentido de Lula pouco resolve, pois o encontro no escritório de Jobim foi confirmado, o que aumenta as suspeitas sobre Lula, um inconsequente conhecido quando em jogo estão seus interesses e os do seu partido.

A grande preocupação dos petistas não é apenas a condenação dos acusados de envolvimento no esquema do mensalão, mas as consequências que o julgamento do caso provocará nas eleições municipais de outubro próximo. O projeto totalitarista de poder do PT passa obrigatoriamente pelas prefeituras de todo o País, o que seria comprometido sobremaneira com uma decisão contundente do STF, o que deve acontecer com boa dose de certeza.

Repetindo o que ocorreu nos tantos escândalos que marcaram sua passagem pelo Palácio do Planalto, Lula voltou a negar as acusações que ora lhe pesam. Fosse inocente como alega e corajoso como se faz passar, Lula teria dispensado a intervenção do instituto que leva seu nome para as devidas explicações.

Confira abaixo a íntegra da nota divulgada pelo Instituto Lula

“NOTA À IMPRENSA

São Paulo, 28 de maio de 2012

Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:

1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. “Meu sentimento é de indignação”, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.

2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.

3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.

4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.

Assessoria de Imprensa do Instituto Lula”