“O Brasil também está se preparando para ter, diante do acirramento das crises e de processos recessivos na economia internacional, uma política procíclica de investimento. Nós temos imensas oportunidades, tanto na área de infraestrutura, transporte energia e telecomunicação, como também na relação associada entre o Brasil e Espanha, no sentido de promover a cooperação, inovação e pesquisa”, disse a presidente em discurso no Palácio do Itamaraty, ao lado do rei Juan Carlos I, da Espanha, em vista oficial ao Brasil.
Em seu discurso, a presidente reiterou que “a saída da crise [internacional] passa fundamentalmente pelo desenvolvimento econômico e distribuição de renda”. E Dilma completou: “Tal esforço não é compatível com a paralisia, nem tampouco é incompatível com a necessária busca do equilíbrio macroeconômico, mas a retomada do crescimento em nível global não pode depender apenas de medidas dos países emergentes. Em um momento de crise é fundamental insistir em uma ação coordenada e solidária entre todos os atores da economia mundial, em especial, uma ação coordenada e solidária entre os próprios países da Europa”.
“Será esta a mensagem que o Brasil levará à próxima cúpula do G20 no México: a afirmação da importância do crescimento econômico e simultaneamente a tomada de medidas na área dos esforços macroeconômicos de estabilidade. Não há incompatibilidade entre as duas, pelo contrário, é necessário o crescimento para que o ajuste não seja feito em detrimento dos povos”, completou.
Essa fala visguenta e anestesiante de Dilma Rousseff a massa desavisada da população, mas não quem entende minimamente de economia ou acompanha com atenção o cotidiano da política brasileira. É sabido que os anunciados investimentos em infraestrutura serviram para inflar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e embalar a campanha da então candidata petista ao Palácio do Planalto. O ritmo das obras do PAC é tão vergonhoso, que até mesmo as obras para a Copa do Mundo de 2014 estão comprometidas. Muitos dos atrasos são propositais, pois é assim que surgem as obras chamadas emergenciais e superfaturadas, o que permite a roubalheira, mas coloca em risco o mais importante evento esportivo do planeta.
Falar em distribuição de renda é um abuso discursivo por parte de Dilma, pois o máximo que o governo do PT conseguiu até então, desde que chegou ao poder central, foi impulsionar o endividamento das famílias brasileiras e ajudar na disparada da inadimplência. Com mais de dois terços da população economicamente ativa recebendo menos de dois salários mínimos mensais, apostar em consumo interno como solução para a crise é acreditar em milagre.