Recuo pontual da inflação não significa que a economia, estagnada desde 2011, recobrou o vigor

Muita cautela – O comportamento do mercado financeiro internacional contribuirá para a melhoria do cenário econômico nacional, segundo autoridades do governo brasileiro. Isso porque a reação de muitos países à crise tem gerado um movimento anti-inflacionário, o que em tese permitirá ao Comitê Política Monetária do Banco Central (Copom) continuar com a política de redução da taxa básica de juro (Selic).

Isso mostra que o governo brasileiro continua inoperante e dependendo do cenário externo para que mudanças ocorram no País, quando a medida mais acertada seria a reformulação de algumas diretrizes, como a redução da carga tributária e investimentos em infraestrutura, o que nem de longe está na pauta palaciana.

O anúncio de que o IPC subiu 0,35% em maio, contra 0,64 em abril, trouxe alívio momentâneo aos integrantes do governo, mas é preciso lembrar que esse recuo só foi possível porque o brasileiro deixou de consumir determinados produtos, como os alimentícios, por exemplo, como forma de honrar os financiamentos e se minimizar o endividamento recorde que toma conta das famílias desde o início de 2009.

A previsão é que a inflação encerre o ano próximo do centro da meta fixada pelo governo, mas é preciso cautela nessa avaliação, pois o Palácio do Planalto continua apostando no consumo interno para minimizar os efeitos colaterais da crise econômica que tem tirado o sono dos europeus. O mais estranho nessa fábula econômica é que a arrecadação tributária vem crescendo seguidamente, sem que a devida contrapartida seja dada pelo governo, cada vez mais inchado em sua estrutura por causa do aparelhamento da máquina.