Integrante da oposição, Rubens Bueno insiste que CPI precisa ouvir Fernando Cavendish e Pagot

Alça de mira – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) protestou, em pronunciamento durante a CPI do Cachoeira, contra a oitiva do arquiteto e design de interiores Alexandre Milhomen, enquanto as convocações do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, continuam na gaveta do relator, Odair Cunha (PT-MG), homem da confiança de José Dirceu e monitorado à distância por Luiz Inácio da Silva, que continua firme no propósito de prejudicar o tucano Marconi Perillo, governador de Goiás.

“O requerimento de convocação do senhor Milhomen em nenhum momento fala em algo que a justifique”, disse Bueno. O parlamentar paranaense pediu ao arquiteto que enviasse cópia de eventual contrato e comprovantes de pagamento da mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, pela reforma do interior da casa que foi do governador de Goiás, Marconi Perillo, trabalho pelo qual ele foi responsável.

Cavendish e Pagot

Alexandre Milhomen disse que não havia contrato, mas ficou de encaminhar os e-mails que certificam a efetuação de pagamento das parcelas pelo trabalho dele. O arquiteto disse que foi chamado para fazer o projeto de uma casa que acabou não sendo construída.

“Eu insisto na convocação do senhor Cavendish e do senhor Pagot; aí, sim, acho que esta Comissão Parlamentar de Inquérito vai ter não só conteúdo, mas vai se tornar presente para a sociedade brasileira”, afirmou o líder do PPS.

Rubens Bueno ressaltou que os parlamentares não estão na CPI contra governo ou partidos, mas sim com o objetivo de dar respostas à sociedade brasileira “sobre uma denúncia gravíssima, que envolve bilhões de reais, empresas fantasmas, jogos, polícia, Poder Judiciário, parlamentares, e nós precisamos encontrar respostas para isso”.

Dinheiro

Para Rubens Bueno, a comissão tem de aprovar a convocação do proprietário da Delta, empresa que recebeu bilhões de reais de várias instâncias de governo e que repassou recursos, por meio de empresas fantasmas, a partidos, campanhas políticas, “relações que, para nós, é que precisam ser investigadas”.

Pagot é outra pessoa imprescindível na CPI, na avaliação de Bueno. “Ele já se pronunciou publicamente a respeito de assuntos que a comissão investiga e disse que gostaria de ser ouvido”. O deputado lamentou que “aqueles que querem ser ouvidos a CPI não convoca, mas aqueles que não querem falar a comissão convoca; estamos aqui em busca de algo, mas desse jeito não vamos chegar a lugar nenhum”.