Brasileiros não se esforçam para economizar água, revela pesquisa

Irresponsabilidade existencial – A água é um bem necessário à vida, portanto é preciso ser preservada. Uma pesquisa feita pelo WWF-Brasil, em parceria com o Banco HSBC, e divulgada na última terça-feira (26) mostra que os brasileiros sabem como economizar o recurso, mas fazem pouco para colocar a teoria em prática.

O estudo faz parte do “Programa Água para a Vida” e teve como base entrevistados de todos os estados brasileiros, dos quais, 68% acreditam que o maior problema para o abastecimento de água no futuro seja o desperdício.

Ao serem indagados sobre o controle tido em suas residências, 48% dos participantes admitiram gastar muita água em suas casas. A redução no tempo no banho foi tida como a principal maneira de economizar água nas atividades rotineiras. Mesmo assim, 30% dos entrevistados admitiram demorar mais de dez minutos embaixo do chuveiro, o que representa um gasto médio de cem litros de água. Na sequência foram citados outros cuidados, como: fechar a torneira enquanto escova os dentes, consertar vazamentos, não lavar calçadas com mangueira, entre outras coisas.

Mesmo com a comprovação de que 67% das residências brasileiras possuem algum tipo de falta de água o consumo médio nacional ainda é bastante alto. A média per capita diária é de 185 litros, que está abaixo dos índices registrados na União Europeia, mas está bastante acima dos gastos na região do semiárido brasileiro (abaixo dos cem litros) e da África subsaariana, que não chega a marcar 50 litros.

Outro ponto destacado pela pesquisa diz respeito à falta de informação. Para 81% dos entrevistados as residências e indústrias são as grandes responsáveis pelo maior consumo brasileiro de água. Quando a resposta correta seria a agricultura, apontada por apenas 16% dos participantes. Um dado parecido foi obtido com as respostas acerca da poluição, que teve como principal culpada a indústria, mas muitos não sabem que os dejetos domésticos podem superar a poluição industrial nos grandes centros urbanos.

“Esses dados demonstram que a percepção do problema se restringe ao ambiente onde vive a maioria da população do país: as grandes cidades. Não há uma visão integrada com a zona rural, onde estão as principais fontes de recursos, e do caminho que esta percorre até chegar às casas e apartamentos. O problema é visto de ‘torneira pra frente’ e poucos reconhecem da ‘torneira para trás’”, informou Maria Cecília Wey de Brito, CEO do WWF-Brasil.

Para ela, o grande problema é a falta de compreensão dos cidadãos acerca do tema. “O descompasso entre o conhecimento do problema e a tomada de atitudes precisa ser compreendido. A visão sobre a água é limitada, assim como a percepção de seus problemas”, finaliza.

A pesquisa foi encomendada ao Ibope, que entrevistou 2002 pessoas, em novembro de 2011. Com informações do WWF. (Do CicloVivo)