Mal agradecida – Mesmo com a oficialização de várias candidaturas à prefeitura de São Paulo, o final de semana na maior cidade brasileira foi marcado pela declaração da senadora petista Marta Suplicy, que disse que não fará campanha para Fernando Haddad, candidato imposto por Lula para disputar o comando da capital paulista. A senadora petista afirmou também que se dedicará à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o que pode ser um duro recado ao ex-presidente Lula, que sonha em voltar ao Palácio do Planalto em janeiro de 2015. “Eu vou dedicar os oitos anos do meu mandato ao trabalho no Senado e à reeleição da presidente Dilma. Essa vai ser a minha postura e o meu empenho”, declarou Marta.
Sempre pegando carona em frases contundentes, Marta Suplicy comentou partiu para o ataque quando perguntada sobre o acordo feito por Lula para conseguir o apoio de Paulo Malu à campanha de Haddad. “Só posso falar por mim. Nós temos em São Paulo um grupo de pessoas que apoiam o Maluf. E o resto das outras pessoas tem urticária quando ouvem o nome do Maluf”, declarou a senadora.
Marta pode falar o que bem entender, pois afinal o Brasil ainda é uma democracia, mesmo que com inúmeras ressalvas, mas não pode ignorar o fato que em 2004, quando disputou a prefeitura de São Paulo contra o tucano José Serra, o ex-prefeito Paulo Maluf, o mesmo que provoca urticária, apoiou-a no segundo turno. Fechado o acordo, o material de campanha de Marta Suplicy ganhou a foto de Maluf, a bordo do slogan “Pelo bem de São Paulo”.
Na ocasião, o escândalo do Mensalão do PT ainda não havia sido descoberto, mas no seguinte surgiu na contabilidade de Marcos Valério um pagamento ao PP no valor de R$ 4 milhões. Presidente estadual do partido à época, o então deputado federal Vadão Gomes foi acusado de ser o destinatário do dinheiro, algo que nenhum parlamentar do Conselho de Ética da Câmara conseguiu provar. Na verdade, Vadão Gomes provou sua inocência no caso de forma incontestável, evitando assim a perda do mandato. Isso mostra que Marta Suplicy está fazendo ilações sobre alguém que no passado lhe deu apoio, mesmo que de forma não desinteressada.