Pela culatra – Ao deflagrar, na última quinta-feira (28), a Operação Dirty Net em onze estados brasileiros para prender pessoas envolvidas em ume rede de distribuição de fotos de pedofilia, a Polícia Federal mandou para trás das grades o apresentador e humorista Rodrigo Vieira Emerenciano, mais conhecido como Mução.
Preso em Fortaleza, Mução conseguiu provar sua inocência durante depoimento à Polícia Federal na capital pernambucana, para onde foi levado com todo o aparato policial. Mução teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal de Pernambuco, onde morou durante vários anos.
Filho da ex-secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, o humorista foi libertado após seu irmão assumir a responsabilidade pelo crime, cometido também a partir de um dos computadores de Mução.
Na última sexta-feira (29), o delegado Nilson Antunes disse que a PF começou a desconfiar do irmão do humorista no meio do dia. Horas depois, Mução foi colocado em liberdade. Nesta segunda-feira (2), Rodrigo Vieira Emerenciano retomou as atividades profissionais, após descanso no final de semana, chegando a brincar com o ocorrido.
Tal situação não impede de Mução entrar com ação indenizatória contra a Polícia Federal, pois foi acusado de um crime que não cometeu, além de ser exposto publicamente como envolvido em um delito que é repudiado com veemência pela sociedade. Essa atitude precipitada da PF faz lembrar o caso da Escola Base, em São Paulo, quando a política paulista acusou os donos do estabelecimento de ensino de abusarem sexualmente dos alunos. Anos depois, os donos da escola conseguiram provar a inocência, mas o estrago já havia se consumado, inclusive com o fechamento do negócio.