Previsão para baixo do crescimento da economia coloca em xeque a aprovação do governo Dilma

Descendo a ladeira – O governo federal enfrenta persistente dicotomia quando o assunto é o crescimento da economia brasileira em 2012. Na última semana, as previsões de alguns economistas eram de que o PIB cresceria entre 2% e 2,5%, sendo que alguns profissionais apostaram em crescimento abaixo dos 2%. Considerando que o crescimento de 2,7% do PIB em 2011 foi chamado de “pibinho”, qualquer resultado abaixo desse número será um enorme fiasco.

Sempre anunciando o impossível, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, voltou a garantir que a economia brasileira crescerá mais do que o previsto em 2012 e que o segundo semestre, iniciado oficialmente nesta segunda-feira (2), servirá para o PIB deslanchar. Quando a crise econômica internacional começou a chacoalhar para valer a zona do euro, Mantega, endossado pela presidente Dilma Rousseff, disse que o Brasil passaria ao largo do movimento. E os números estão aí para provar que o ministro errou enormemente.

Nesta segunda-feira, o Banco Central divulgou o Boletim Focus com previsões do mercado financeiro para o crescimento da economia verde-loura. Levantamento feito com profissionais de mais de cem instituições financeiras aponta que o PIB deve crescer 2,05% até o final do ano, contra a previsão anterior de 2,18%. Trata-se da oitava queda consecutiva na previsão sobre o crescimento da economia.

Caso seja confirmada a previsão dos analistas, será a pior marca desde 2009, quando o País sentia os efeitos colaterais da crise financeira internacional, que teve como nascedouro o subprime norte-americano. À época, o PIB registrou retração de 0,6%. Os dados divulgados pelo BC, além de preocupantes, mostram que a aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff é uma incógnita, pois nenhum mandatário é bem avaliado quando a economia não vai bem. Há algo estranho nesta epopeia, que o Palácio do Planalto insiste em esconder.