Brincadeira fora de hora – Definitivamente o Brasil é o país da piada pronta. E a galhofa ficou ainda mais acintosa depois da chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder central. Sem escrúpulos de qualquer natureza, mas decididos a proteger e beneficiar companheiros cinco estrelas, os petistas palacianos pouco se importam com a opinião pública.
Apeado da Casa Civil por causa de denúncias de meteórica e incompatível evolução patrimonial, o que ocorreu na esteira da prestação de serviços de consultoria financeira, o médico Antonio Palocci Filho saiu da cena política em 2011, mas desde então não deixou de operar com seus clientes.
Por ter deixado o governo da presidente Dilma Vana Rousseff, o algoz do caseiro Francenildo Costa, o Nildo, terá direito a receber salários referentes à quarentena a que todos os ministros devem se submeter, sem “realizar atividade incompatível com o cargo anteriormente exercido”.
Essa é a decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, tomada na segunda-feira (2) e que permitirá a Palocci embolsar nada menos do que R$ 107 mil, valor equivalente a quatro meses de salário de um ministro, atualmente fixado em R$ 26,7 mil mensais.
O presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence, informou que o pedido de remuneração pelo período da quarentena foi feito pelo próprio Palocci ao colegiado. “Todo ministro de Estado faz parte do Conselho de Governo, mas o chefe da Casa Civil, especificamente, faz parte de vários conselhos, e fica impedido de atuar naquelas áreas durante os quatro meses, então tem direito à remuneração”, explicou.
Com essa decisão, a tal Comissão mostra que incoerência é seu cardápio predileto, pois aplicou duas censuras éticas ao ex-ministro, uma em novembro de 2011, por ter alugado um apartamento em São Paulo, registrado em nome de uma empresa controlada por um laranja, e outra em maio deste ano, pela prestação de consultorias entre 2006 e 2010. Ou seja, Palocci foi demitido por justa causa, mas receberá um polpudo prêmio de consolação, provavelmente por ser um especialista no milagre da multiplicação. É bom lembrar que entre os clientes da consultoria do ex-chefe da Casa Civil há uma lista de bancos e instituições financeiras.