Senado discute isenção de IPI para veículos de transporte escolar, mas material escolar aguarda a vez

Antecipando capítulos – É cada vez maior a falta de sensibilidade do governo para os assuntos de interesse da sociedade. Nesta terça-feira (3), a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado discute o projeto de lei que concede isenção de IPI aos veículos adquiridos para transporte escolar. O objetivo da matéria é beneficiar os donos de vans que transportam os alunos por milhares de cidades brasileiras.

Toda e qualquer ação que beneficie o setor da educação é bem-vinda, mas é importante ressaltar que de nada adianta contemplar apenas um segmento, quando a premência está em toda a cadeia educacional. Considerando o fato de que uma nação desenvolvida se constrói a partir da educação, jamais a partir do consumo exacerbado, o governo deveria voltar sua atenção para o setor como um todo.

A carga tributária a que estão sujeitas as escolas particulares beira o absurdo, mas as autoridades preferem ignorar o fato, como se o Brasil dependesse dos impostos pagos pelos estabelecimentos de ensino.

Outro setor da cadeia educacional que deveria ser beneficiado com a isenção de impostos é o de material escolar. Por iniciativa do editor do ucho.info, o Senado criou e aprovou, depois de longa batalha em comissões, projeto de lei que isenta de IPI, PIS e Cofins os materiais escolares, cuja arrecadação sequer atiça os cofres oficiais. Agora na câmara dos Deputados, o projeto aguarda a boa vontade dos parlamentares, que não enxergam na proposta uma enorme chance de melhoria permanente da sociedade.

É sabido que instruir o povo não interessa aos políticos de uma nação que diuturnamente é corroída pela corrupção e pelos desmandos, mas a sociedade precisa clamar por melhorias e aderir a projetos como o sugerido aos parlamentares pelo editor do ucho.info, um dos muitos que surgiram de sua escrivaninha para beneficiar a população cada vez mais vilipendiada em seus direitos básicos.

A título de exemplo do que é cometido contra o cidadão em termos de cobrança de impostos, uma simples caneta esferográfica, dessas usadas em salas de aula, carrega 47,49% de impostos em seu preço final. Confira abaixo a carga tributária incidente em diversos materiais escolares, os quais poderiam ser zerados de imediato, pois o governo pouco perderia em termos financeiros com essa medida.

Confira abaixo a carga tributária que incide sobre alguns materiais escolares

Agenda escolar (43,19%)

Apontador (44,39%)

Borracha escolar (43,19%)

Caderno universitário (34,99%)

Caneta (47,49%)

Cola branca (42,71%)

Estojo para lápis (40,33%)

Fichário (39,38%)

Lápis (36,19%)

Livros escolares (15,12%)

Mochilas (39,62%)

Papel pardo (34,99%)

Papel sulfite (37,77%)

Pastas plásticas (40,09%)

Régua (44,65%)

Tinta guache (36,13%)

Tinta plástica (36,22%)