Onyx Lorezoni entra com mandado de segurança contra lei da mordaça da CPI do Cachoeira

Fim do silêncio – “Estamos entrando hoje com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para combater a lei da mordaça da CPMI”, anunciou o deputado Onyx Lorenzoni (Democratas-RS) durante reunião da comissão nesta quinta-feira (5). A atitude do deputado vai contra a decisão da CPI de manter o rito dos depoimentos, liberando investigados e testemunhas que permanecem em silêncio.

“Que a pessoa venha aqui e use o direito constitucional de ficar calado, é um direito que ele tem. O que não pode é amordaçar a CPI. O parlamentar tem o dever de inquirir e o depoente não pode adivinhar o que o parlamentar vai fazer”, justifica Lorenzoni apoiado por parte dos integrantes da comissão.

“O que estamos assistindo aqui é um certo acordo entre alguns partidos para proteger determinadas figuras que já vieram e se valeram desse mecanismo e outras que ainda poderão vir”, protestou o parlamentar. Onyx lembrou que em longos depoimentos de outras CPIs, como a dos Correios, houve episódios de investigados que se contradisseram e deram informações importantes para as investigações. Foram situações que, a princípio, os depoentes se mantiveram em silêncio. Para ele, é importante o compartilhamento das análises produzidas pelas assessorias técnicas dos partidos entre os parlamentares durante as sessões de depoimentos, que contribuem para a construção do relatório final da comissão.

Convocações

Onyx Lorenzoni também comemorou a convocação do dono da Delta Construção, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do DNIT, Luiz Antônio Pagot. O pedido foi feito por dezenove requerimentos, sendo os primeiros apresentados pelo Democratas. Ainda, em votação apertada por 15 votos a 12, a comissão acatou requerimentos de autoria de Lorenzoni para ouvir os ex-sócios da Sigma, empresa pertencente a Delta. “Foram as pessoas que gravaram uma conversa onde o senhor Cavendish disse que compra um senador por R$ 6 milhões. Ele disse que por R$ 30 milhões faz o que quiser no Brasil e compra quem ele quiser. O Brasil tem o direito de saber quem ele comprou”, afirmou o democrata.

Segundo Lorenzoni, os ex-sócios da Sigma, José Augusto Quintella e Romênio Marcelino Machado, já demonstraram disposição para contribuir com a CPMI. “Talvez, pela primeira vez, estejamos chegando aos corruptores”, finalizou.

A CPI ainda aprovou a convocação da ex-mulher de Carlos Cachoeira, Andréa Aprígio de Souza, também com requerimento assinado pelo democrata gaúcho e uma série de quebras de sigilos.