Bom senso zero – A incompetência de Guido Mantega, ministro da Fazenda, para sustentar suas próprias palavras chega a surpreender. Não faz muito tempo, o ministro, que em seguida foi referendado por Dilma Rousseff, disse que o Brasil passaria ao largo da crise que acertou em cheio a União Europeia. Com as previsões ufanistas indo pelo ralo, o jeito foi encontrar uma solução para o problema. E o Palácio do Planalto, que deveria fazer mudanças estruturais na economia, limitou-se a lançar pacote de medidas pontuais e de curto prazo.
Como aconteceu na era Lula, a presidente Dilma voltou a apostar no incremento de venda de automóveis novos e alguns produtos como forma de estimular a economia. Acontece que a indústria nacional não tem respondido aos tais incentivos, o que mostra que as medidas adotadas pelo governo são tão pífias quanto os palacianos. Tão logo anunciou o primeiro pacote de medidas, Mantega disse que o efeito das mesmas seria sentido em até seis meses. O tempo passou e a economia continua sofrendo.
Para justificar sua incapacidade, o ministro da Fazenda, que tem ouvido reclamações de quase todos os setores da economia, disse na quinta-feira (5) que “O governo usa um arsenal de medidas para sustentar investimentos e para incentivar o consumo”. Guido Mantega pode dizer o que bem quiser, pois o Brasil ainda vive sob o regime da democracia, mas já começa a ficar evidente a insatisfação da população, que de forma irresponsável embarcou na onda do consumismo e agora já não acredita nesse conto da carochinha.
Em outro vértice da crise está a indústria nacional registrando seguidos recuos no índice de atividade, o que representa um inconteste sinal de fracasso de um governo que, a exemplo do anterior, vive de pirotecnias oficiais e discursos fabricados. Depois dos repetidos e preocupantes números da indústria verde-loura, Mantega decidiu-se reunir com Pedro Passos, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). Ou seja, o ministro quer se informar sobre colete salva-vidas depois do enterro do afogado.