Fora de hora – Como todo apreciador do totalitarismo, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva tem o péssimo costume de falar em nome de todos, como se em suas mãos existisse uma procuração de todos os cidadãos brasileiros. Se Lula chegou ao poder central, onde ficou durante oito longos anos, por obra dos votos da esquerda festiva e de uma legião de incautos, não lhe cabe o direito de, em nome do povo brasileiro, defender ditaduras pelo mundo afora, como a da Venezuela.
Na última sexta-feira (6), Lula, falando em nome de todos os latino-americanos, disse, em mensagem enviada a Hugo Chávez, que o tiranete venezuelano poderia contar com o apoio “de cada democrata e de cada latino-americano”. Nenhum democrata concorda com a ditadura que se instalou na Venezuela, ao mesmo tempo em que os latino-americanos de bem também não concordam.
Se Lula quer estar na primeira fila da política regional é um problema a ser resolvido por ele, mas jamais com um apoio inexistente do povo brasileiro. Ainda lambuzado com as benesses do poder, Lula continua acreditando que qualquer decisão na barafunda em que se transformou o Brasil depende de seu aval. No máximo o ex-presidente pode falar em nome dos seus aduladores, mas em hipótese alguma afirmar que os brasileiros – inclusos no reduto dos latino-americanos mencionados no depoimento – apoiam um regime totalitarista ultrapassado e nada inteligente.
Lula deveria se contentar com a condição de ex-presidente, cujas mordomias são uma absurda recompensa para quem mandou ao rés do chão o esforço de milhões de brasileiros durante anos seguidos.