Fila do abate – Considerando que a prioridade no momento é blindar a cúpula do partido, cujo envolvimento com Carlinhos Cachoeira é maior do que se imagina, o PT está decidido a expulsar o prefeito de Palmas, Raul Filho, logo após seu depoimento à CPI do Cachoeira, marcado para esta terça-feira (10). Tanto é assim, que a legenda abandonou o alcaide da capital tocantinense, flagrado em vídeo oferecendo oportunidades de negócios ao contraventor goiano, em troca de algum dinheiro para a campanha eleitoral.
O plano do PT é impedir que o envolvimento de Raul Filho com Cachoeira ultrapasse os limites da CPI e alcance as eleições municipais, o que seria um desastre, pois o partido intenta aumentar o número de prefeituras como parte do seu projeto de poder.
Fora isso, os petistas pretendem mostrar aos eleitores que diante de uma denúncia de corrupção não pensam duas vezes para ejetar “companheiros”, algo que só acontece na raia miúda da legenda, onde Raul Filho sempre esteve. Essa decisão seria uma forma de provocar os partidos de oposição, mais precisamente o PSDB, que até agora não tomou nenhuma medida com o governador Marconi Perillo, de Goiás, cujo suposto envolvimento com Cachoeira está no campo das hipóteses, mas pode chegar a qualquer momento ao campo dos fatos consumados.
Com essa decisão do PT, a CPI do Cachoeira atinge o seu verdadeiro objetivo, que não é investigar a teia de relacionamentos de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pois assim fosse a República cairia de uma só vez, pois desde o primeiro escândalo da era Lula, envolvendo Waldomiro Diniz, o contraventor mostrou que é profissional e tem obsessão por gravações. A divulgação do vídeo em que Raul Filho aparece foi uma espécie de mensagem cifrada de Cachoeira, avisando os que com ele se envolveram sobre o que pode acontecer nos próximos capítulos.