Enxadrismo eleitoral e projeto político levam Kassab a fazer acordos estranhos e perigosos

Confusão na certa – Durante anos fio, Gilberto Kassab esteve no Democratas, partido que faz oposição ao Palácio do Planalto desde a chegada de Lula ao poder central. E com a mudança no comando do País a situação permanece a mesma. Ou seja, a bancada democrata estendeu a oposição ao governo de Dilma Rousseff. Sem se preocupar com ideologia e temas correlatos, Kassab deixou o partido ao qual foi filiado durante muitos anos para criar o PSD, movimento que contou com o apoio de Dilma e Lula, pois enfraquecer o Democratas era a meta palaciana.

Kassab continua sonhando com a possibilidade de disputar a sucessão de Geraldo Alckmin e ocupar o Palácio dos Bandeirantes, a partir de 2015. Para isso teria que vencer a eleição do ano anterior, tarefa não tão simples. O prefeito paulistano de início acreditou que o PT poderia apoiá-lo nessa empreitada, mas o partido está em dois projetos distintos para eleição paulista de 2014: Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, e Aloizio Mercadante, ministro da Educação.

Depois de desistir do anunciado apoio a Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura de São Paulo, e deixar o ex-metalúrgico Lula na mão, Gilberto Kassab decidiu atender a um pedido de Dilma Rousseff. O presidente do PSD desistiu de apoiar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB) à prefeitura de Belo Horizonte, declarando apoio ao ex-ministro Patrus Ananias, do PT.

Com essa decisão, Kassab estragou os planos de Aécio Neves rumo ao Palácio do Planalto, pois no pacote de apoio ao petista Patrus Ananias na capital mineira está a promessa de endossar o projeto de reeleição de Dilma Rousseff, em 2014. Pode parecer que essa manobra prejudicou sobremaneira os projetos do PSDB, mas não custa lembrar dois detalhes importantes nesse covarde enxadrismo político: Kassab é muito ligado a José Serra, que nos bastidores não esconde o seu desejo de novamente disputar a eleição presidencial.