Sinal de alerta – A expectativa de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2012 caiu pela décima semana consecutiva. De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, que ouviu a opinião de analistas de mais de cem instituições financeiras, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 2,01% para 1,9%. Há quatro semanas, a estimativa era de 2,3%. É a primeira vez que os analistas apostam em crescimento da economia abaixo da casa dos 2%.
A redução na estimativa de crescimento econômico ocorre no momento em que os discursos palacianos, que davam contam que o Brasil passaria ao largo da crise internacional, começam a desmoronar. Não faz muito tempo, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, tomado pelo messianismo palaciano afirmou que o País estava blindado contra a crise, tese endossada pela presidente Dilma Rousseff. O tempo passou e a saída foi reconhecer que a crise estava prestes a desembarcar no Brasil, mas que a economia verde-loura cresceria 4,5% em 2012. Desde então, as projeções palacianas para o PIB, em 2012, foram caindo, ao mesmo tempo em se esvaía a credibilidade das autoridades econômicas do governo.
Na última quinta-feira (12), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontou estagnação da economia em maio, retração de 0,02% se comparada com o mês anterior. Nos cinco primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2011, houve expansão de apenas 0,85%. Em 2012, o Banco Central espera que a economia cresça 2,5%, contra a estimativa anterior de 3,5%. Em 2011, o crescimento da economia foi de 2,7% e o PIB foi classificado de “pibinho”.
A expectativa dos analistas para o crescimento da produção industrial também caiu, pela sétima semana seguida, ao passar de 0,1% para 0,09%, em 2012. Para 2013, a expectativa é de recuperação, com crescimento de 4,3%, ante 4,25% previstos anteriormente.
Até agora, mesmo com os evidentes sinais de que a economia brasileira vai mal, nenhum integrante do governo ou do PT criticar a chamada “herança maldita” deixada por Luiz Inácio da Silva, que durante muito tempo usou o termo em questão para transferir o fracasso de seu governo ao antecessor, como se a memória do brasileiro fosse inoperante.
Enquanto Lula insistia em vender ao mundo uma bolha de virtuosismo, que começa a estourar de maneira preocupante, seus aduladores rebatiam as críticas aqui feitas com o jargão populista “deixa o homem trabalhar”. Ao que parece, Lula não negou a própria história e deixou de trabalhar.