Acertando contas – O Supremo Tribunal Federal há de começar em breve o julgamento do Mensalão do PT, o maior escândalo da era Lula, mas a Justiça celestial decidiu se antecipar e já começa a sentenciar. Presidente nacional do PTB, cargo ao qual foi reconduzido na última quarta-feira (18), o deputado cassado Roberto Jefferson está com câncer no pâncreas e será operado em breve para a retirada do tumor.
A assessoria do PTB não informou quando ocorreu o diagnóstico, mas sabe-se que a cirurgia está marcada para o próximo dia 28 de julho e acontecerá no Hospital Bom Samaritano, no Rio de Janeiro.
Reú no processo do Mensalão do PT, ao lado de outros 37 acusados, Roberto Jefferson está confiante na absolvição. Acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Jefferson foi enfático ao falar do assunto. “Não serei condenado. Não há condição de me condenarem. É um absurdo jurídico tão grande que penso que o Supremo não vai fazer isso”.
O presidente nacional do PTB é acusado pelo Ministério Público Federal de ter recebido R$ 4 milhões do esquema criminoso criado pelo PT e gerenciado a partir do Palácio do Planalto. Na ocasião, Jefferson, que no passado foi defensor ferrenho de Fernando Collor, disse que o valor recebido foi empregado no financiamento de campanhas de alguns candidatos do partido, o que não ficou provado de forma clara e convincente.
O dinheiro, segundo a denúncia, seria proveniente dos empréstimos bancários fictícios com aval da cúpula petista, operações de fachada que serviram para repatriar recursos que estavam no exterior, a fim de cooptar parlamentares por meio de pagamento de mesadas regulares. À época dos fatos, Roberto Jefferson engrossava a sempre suspeita base de apoio do governo Lula.
Ao comentar sobre o vulto em que se transformou o escândalo, Jefferson afirmou que jamais esperava que as consequências pudessem alcançar tamanha magnitude. “Pensei que seria uma luta política, mas nunca com esse desdobramento que vivemos hoje. Não imaginei que aquela denúncia pudesse atingir tanta gente e pudesse chegar aonde chegou. Até porque não tinha noção do volume de tudo, sabia apenas algumas coisas”, disse o ex-deputado durante a convenção do PTB.
Decisão do TCU
Sobre a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que favoreceu ex-diretores do Banco do Brasil acusados de desvio de dinheiro para a agência de propaganda DNA, de Marcos Valério, o presidente do PTB usou, em seu blog, o título “Pés pelas mãos” para abrir a nota em que externa sua opinião. Confira abaixo a íntegra da nota:
“TCU decidiu que foi regular o contrato entre a empresa DNA, de Marcos Valério, e o Banco do Brasil, nos termos do relatório da ministra Ana Arraes (mãe do governador Eduardo Campos). A importância da decisão não está no TCU, mas no STF, já que, explicam os jornais, este contrato seria uma das bases da acusação da Procuradoria no processo do mensalão. O julgamento nem começou, mas os exageros da Procuradoria já começam a derrubar o processo, mostrando, a princípio, que a acusação meteu os pés pelas mãos e pode ter dificuldade de, assim, ficar em pé.”