Inadimplência cresce, preocupa os banqueiros e confirma a anunciada irresponsabilidade de Lula

Tempo, senhor da razão – Insistindo mais uma vez na necessidade de planejamento para a condução de um país, o ucho.info volta no tempo e mais uma vez critica a decisão irresponsável do então presidente Luiz Inácio da Silva, que no final de 2008 ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a elevação do consumo como forma de combater os efeitos da crise financeira internacional.

Na ocasião, a equipe deste site afirmou que se tratava de um ato impensado, pois empurrar a sociedade ao consumismo geraria problemas sérios, como, por exemplo, o endividamento elevado das famílias e a alta da inadimplência. Sem admitir o contraditório, Lula dedicou-nos a acusação de que torcemos contra o Brasil. Saída rápida e fácil para quem desconhece o significado da palavra competência.

Sobre o grau de endividamento das famílias o ucho.info já dedicou inúmeras matérias nos últimos meses, assim como à inadimplência, assunto que volta a preocupar as instituições financeiras. Maior banco privado do País, o Bradesco está com atenção redobrada com a escalada da inadimplência, que registrou alta mesmo com o endurecimento das regras para a concessão de crédito.

De acordo com o Bradesco, no segundo trimestre do ano o total de dívidas com atrasos superiores a noventa dias chegou a 4,2%, com alta de 0,1 ponto percentual em relação ao período anterior. A instituição destaca a estabilidade na inadimplência para pessoas físicas (6,2%) e para de micro e pequenas empresas (4,2%).

Diante da elevação da inadimplência, o Bradesco ampliou em 35,5% as provisões para devedores duvidosos no semestre. O saldo reservado para cobrir perdas com calotes já chega a R$ 20,7 bilhões, o maior nível desde ao menos 2007.

O nosso alerta, no apagar das luzes de 2008, foi para que o governo atentasse para o perigo de estimular o consumo com base na concessão do crédito fácil. De igual modo, contestamos o crescimento da chamada classe média, que, segundo dados oficiais, recebeu ao final da era Lula perto de 40 milhões de novos consumidores. Tal ascensão sócio-econômica se deu não pelo aumento do poder efetivo de compra, mas através do endividamento, que surgiu em cena na companhia da inadimplência recorde.

É sabido que o mercado financeiro não é um segmento da economia que trabalha com caridades e benevolência, mas, como qualquer outro ramo do capitalismo, com lucros. No caso de a inadimplência persistir, o consumo interno, arma do governo para conter os efeitos da crise internacional, irá pelo ralo. O que fará com que a economia brasileira entre em fase de preocupação, pois as mudanças estruturais prometidas durante a campanha a presidente Dilma Rousseff continua devendo.