Sócios de Marcos Valério negam participação no mensalão e deixam publicitário em má situação

Alça de mira – Os advogados dos réus ligados a Marcos Valério e acusados de participação no Mensalão do PT negaram a participação dos mesmos no esquema de compra de apoio parlamentar por meio do pagamento de mesadas regulares a congressistas. Alegaram os causídicos que seus clientes jamais tiveram qualquer relação com o caso, pois não eram responsáveis pelas operações financeiras das empresas envolvidas no maior escândalo de corrupção da história nacional.

Com essa estratégia, a situação do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o principal operador do esquema, ficou ainda pior, pois em nenhum momento no segundo dia dedicado à defesa falou-se da inexistência do mensalão. Os advogados que ocuparam a tribuna do Supremo Tribunal Federal na terça-feira (7), a exemplo dos seus antecessores, insistiram na tese de que por ausência de provas é falha a acusação da Procuradoria-Geral da República, mas a tendência é que a Corte condene alguns dos 38 acusados na Ação Penal 470.

Muito tem-se falado em julgamento técnico por parte dos ministros do Supremo, ou seja, com base nas provas materiais colhidas durante o inquérito, mas a condenação de alguns pode surgir com base no depoimento de algumas testemunhas ouvidas ao longo do processo. Outro fator que deve colaborar para a condenação é a admissão de culpa de alguns dos acusados. Ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, o Silvinho Land Rover, selou um acordo com o Ministério Público Federal para que não fosse investigado. Em troca se comprometeu a prestar, ao longo de três anos, 750 horas de serviços comunitários. Outro envolvido que admitiu ter recebido dinheiro do mensalão é o ex-deputado federal petista Paulo Rocha.

A anunciada falta de provas decorre da ação da tropa de choque que agiu durante a CPI dos Correios para impedir que sigilos fossem quebrados, o que colocar em risco muitos palacianos, a começar por José Dirceu de Oliveira e Silva, o principal dos acusados. Então chefe da Casa Civil, Dirceu trocou e-mails e telefonemas com os envolvidos no esquema. Quem pode esclarecer com mais detalhes esses contatos é Karina Somaggio, ex-secretária de Marcos Valério. Só ela é capaz de citar os nomes dos palacianos que telefonavam para a agência do publicitário mineiro.