Virou baderna – Definitivamente o Brasil não é um país sério. E está a anos-luz de sê-lo. No momento em que o governo federal anuncia, às pressas, um plano para salvar a infraestrutura do País por meio de bilionários investimentos da iniciativa privada, autoridades federais foram a Estocolmo para acompanhar um amistoso da seleção brasileira de futebol contra a equipe sueca. No trem da alegria que rumou para a Suécia estavam o vice-presidente Michel Temer, o ministro Aldo Rebelo (Esporte) e o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia.
Depois dos seguidos fiascos colecionados nos últimos anos, a seleção brasileira pouco representa ao Brasil e ao futebol brasileiro, até porque trata-se de um grupo de mercenários que só joga de acordo com o próprio interesse. De tal modo, a viagem de autoridades a Estocolmo é mais um escárnio no país onde a população assiste a tudo imóvel e calada.
Quando, há dias, alguns deputados federais reuniram-se na Câmara para acompanhar o início do julgamento do Mensalão do PT, Marco Maia (PT-RS) disse que seus pares não tinham o que fazer. É compreensível que na condição de petista Maia fique incomodado com o tema, mas é preciso que o presidente da Câmara explique se quem abandona a labuta e viaja para acompanhar a seleção brasileira não tem algo mais importante a fazer, especialmente se considerarmos que um parlamentar se elege para defender os interesses do povo.
Pelo que se sabe, a população não está tão interessada na seleção. Com a palavra, o deputado Marco Maia.