Ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha custa a entender que passou de mensaleiro a corrupto passivo

Outra especialidade – Deputado federal pelo PT e candidato à prefeitura de Osasco, cidade da região metropolitana de São Paulo, João Paulo Cunha, réu na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), sofreu um duro golpe em suas pretensões políticas a partir do voto do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal.

Relator do processo do Mensalão do PT, Barbosa afirmou no relatório que João Paulo Cunha participou de um esquema de corrupção que envolveu a agência SMP&B, de propriedade de Marcos Valério Fernandes de Souza, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. Em seu voto, o ministro destacou que o deputado petista consentiu que dinheiro fosse desviado da Câmara por meio de contrato firmado com a SMP&B, o que lhe rendeu R$ 50 mil, valor sacado pela sua mulher do petista em uma agência do Banco Rural, em Brasília.

O criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o deputado petista, considerou absurda a sentença do ministro Joaquim Barbosa. Toron, que não acompanhou a leitura da sentença do relator, alegou na defesa que seu cliente recebera o dinheiro de Delúbio Soares, tesoureiro do PT à época do mensalão.

A situação de João Paulo Cunha torna-se ainda mais difícil, pois a alegação da defesa de que existiu caixa 2 cai por terra e migra para o crime de corrupção passiva, cuja pena é de dois a doze anos de prisão. Fingindo desconhecer a gravidade da decisão do ministro do STF, João Paulo Cunha disse estar animado e focado na campanha. É preciso saber quando o ex-presidente da Câmara perceberá o tamanho do estrago.