Em segundo lugar nas pesquisas para a prefeitura de SP, Serra já sofre os efeitos do acordo com Russomanno

Tiro no pé – Tudo o que foi falado até agora sobre as campanhas eleitorais deste ano é passível de mudanças com o horário eleitoral, que começou nesta terça-feira (21) e terá duração de 45 dias, para o desespero da sociedade. Não se trata de conferir ao horário eleitoral o status de preciosidade, mas de alguma maneira essa incursão obrigatória acaba interferindo na opinião dos eleitores. Com a política vivendo momento de crescente descrédito, a tendência é que os eleitores partam para o voto de deboche, como aconteceu no caso do palhaço Tiririca, o deputado federal mais votado em todos os tempos.

Independentemente do que venha a acontecer nas próximas semanas, as pesquisas eleitorais sinalizam os rumos das eleições municipais. Em São Paulo, maior cidade brasileira, o ex-deputado federal Celso Russomanno (PRB), candidato à prefeitura paulistana, tem 31% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha. O segundo colocado é o tucano José Serra, que tem 27%. Nos últimos dez dias, Russomanno avançou cinco pontos percentuais, enquanto Serra recuou três.

A campanha está apenas começando e há muito para acontecer, mas a situação de José Serra entrou na chamada zona de desconforto, algo que para reverter exigirá esforço do candidato e criatividade de sobra dos marqueteiros. Não faz muito tempo, Serra e Russomanno selaram um pacto de não agressão durante a campanha, cujo objetivo é não cair nas armadilhas que serão montadas pelo candidato do PT, o ex-ministro Fernando Haddad, que continua estacionado na casa dos 8% de intenção de voto.

Como se sabe, campanha eleitoral no Brasil muitas vezes aderna para a seara da baixaria como forma de reverter uma situação desfavorável a determinado candidato. Com o acordo firmado com Russomanno, o candidato do PSDB terá de transferir a tarefa a terceiros, que sempre encontram espaço nas campanhas eleitorais. No submundo da política esses detratores da honra alheia são responsáveis pelo serviço sujo da campanha.