Horário eleitoral em São Paulo é um misto de ópera bufa com circo de beira de estrada

Picadeiro nacional – No primeiro dia da propaganda eleitoral gratuita, que infesta todos os municípios brasileiros, o ucho.info acompanhou o material produzido pelos partidos para os candidatos a vereador na maior cidade brasileira, São Paulo. Tirante algumas raríssimas e honrosas exceções – se é que existe honra na política – o quadro de postulantes à Câmara paulistana é simplesmente pífio e desanimador. A partir desse balaio político-eleitoral é possível vislumbrar o que podem esperar os paulistanos nos próximos quatro anos.

Enquanto a disputa por uma vaga no Legislativo municipal é travada por ilustres desconhecidos e alguns políticos profissionais, a briga pela prefeitura está polarizada, pelo menos por enquanto, entre Celso Russomanno (PRB), com 31% de intenção de voto, e José Serra, com 27%. A desvantagem maior nessa queda de braço é do candidato tucano, cujo índice de rejeição é de 38%, contra 12% de Russomanno. Calculadora na mão, Serra tem um saldo negativo de 11%, o que deverá exigir trabalho extra dos seus marqueteiros.

O temor dos tucanos em relação à rejeição de José Serra ficou evidente nos primeiros programas eleitorais veiculados pelo PSDB, que acabou escondendo o candidato. Provavelmente porque quanto mais Serra aparece, maior é o seu índice de rejeição. Porém, não se pode ignorar o velho dito popular que diz que “aquele que não é visto não é lembrado”. Ou seja, os responsáveis pela campanha do candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo terão de operar milagres.

Outro candidato a prefeito que deve continuar com problemas é o petista Fernando Haddad, que só existe eleitoralmente por imposição do ex-presidente Luiz Inácio da Silva. No programa eleitoral petista, Haddad, que é desconhecido pelo eleitorado, quem aparece é Lula, que fala também em nome da sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff. Acontece que Lula não é candidato e Haddad precisa fazer algo se quiser entrar no páreo, pois por enquanto ele é apenas o líder dos últimos.