Com Pagot, Cavendish e Paulo Preto na lista de depoentes, CPI do Cachoeira pode ter semana decisiva

Banco dos réus – Nesta semana, a CPI do Cachoeira, marcada pelo silêncio da maioria dos depoentes, terá a chance de provar que não é uma missa encomendada por Luiz Inácio da Silva para desviar o foco do julgamento do Mensalão do PT. Dominada por petistas e aliados do Palácio do Planalto, a Comissão receberá na terça-feira (28) o ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, e o empresário Adir Assad, dono da JSM Terraplenagem e SP Terraplenagem, apontadas como “laranjas” do esquema Delta-Cachoeira. É importante destacar que Pagot pediu para ser ouvido e pode fazer revelações comprometedoras, as quais preocupam os petistas não é de hoje.

Na quarta-feira (29) será a vez do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construção, que deve permanecer em silêncio com base decisão do Supremo Tribunal Federal. Acusado de ser o braço empresarial do esquema criminoso comandado desbaratado pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, Cavendish é amigo de Sérgio Cabral Filho (PMDB), governador do Rio de Janeiro, amizade que confunde o público com o privado.

Braço avançado de José Dirce e Lula na CPI do Cachoeira o relator Odair Cunha, deputado federal pelo PT mineiro, disse estar convicto de que Fernando Cavendish tem ligações inquestionáveis com o esquema do contraventor goiano. “É claro que Fernando Cavendish serviu à organização criminosa, vinculou-se a ela, na medida em que a empresa da qual ele é sócio-proprietário passou volumes importantes a empresas dirigidas pelo senhor Carlos Cachoeira”, disse Cunha. Resta saber se o relator estenderá ao Rio de Janeiro as investigações sobre Fernando Cavendish.

Também na quarta-feira será ouvido Paulo Veira de Souza, conhecido como Paulo Preto, engenheiro ligado a José Serra e ex-diretor da Dersa. Durante a campanha de 2010, Paulo Preto foi acusado por tucanos de ter desaparecido com R$ 4 milhões, dinheiro arrecadado junto a empresários para a campanha presidencial de Serra. Paulo Preto, que parece não ter se incomodado com a convocação, disse que contará o que sabe aos parlamentares da CPI.