A exemplo de Lewandowski, o ministro Dias Toffoli saiu em defesa do mensaleiro João Paulo Cunha

Vergonha nacional – Conhecido por sua incompetência como advogado, o ministro José Antônio Dias Toffoli, cuja nomeação para o Supremo Tribunal Federal ainda causa perplexidade no meio jurídico, cumpriu o papel que dele se esperava no julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470) e absolveu o petista João Paulo Cunha, acusado de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Com ligações umbilicais com o Partido dos Trabalhadores, as quais são inegáveis, Toffoli não teve lisura e coragem para se declarar impedido de participar do julgamento do maior escândalo de corrupção da história política nacional. Se assim o fizesse, por certo tornaria injustificável a sua chegada à mais alta Corte da Justiça do País.

A atuação de Toffoli na sessão desta segunda feira (27) do Supremo foi tão vergonhosa, que ele próprio exibia sinais de nervosismo. Ao ler de forma resumida o seu voto, o ministro deu algumas risadas, atitude típica do nervosismo, e tropeçou na fala. A defesa que fez de João Paulo Cunha foi tão acintosa, que só faltou Dias Toffoli rasgar a toga e se juntar aos advogados dos réus.

Mesmo com o voto vergonhoso do ministro Dias Toffoli, que acompanhou o ministro-revisor Ricardo Lewandowski, a situação de João Paulo Cunha, Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach não é das mais confortáveis. Dos onze ministros do STF, quatro já votaram pela condenação: O relator Joaquim Barbosa, Rosa Maria Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia Antunes Rocha. Faltam votar os ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto.

Durante o voto da ministra Cármen Lúcia, o também ministro Gilmar Mendes fez um aparte e deu mostras que deve votar pela condenação. Com mais dois votos a favor da condenação, João Paulo Cunha terá problemas com a Justiça Eleitoral.

Em seu voto, a ministra Cármen Lúcia começou dizendo que a corrupção é “um dos males deste século”. Com sua conhecida implacabilidade, a ministra proferiu o voto que faltava para impedir a absolvição de Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, acusado de desvio de dinheiro público juntamente com Marcos Valério e seu grupo.