Banestado: governo do PT aproveita esforço da Justiça dos EUA e comemora repatriação de dinheiro

Chapéu alheio – Chega a provocar náuseas o jogo duplo que o governo do PT faz para enganar a opinião pública. Em 2003, ano de estreia do messiânico Luiz Inácio da Silva no Palácio do Planalto, o Partido dos Trabalhadores decidiu se lambuzar na seiva da corrupção e operou de forma acintosa na CPI do Banestado, escândalo que reuniu gente graúda, operadores financeiros e doleiros envolvidos em remessas ilegais de divisas ao exterior.

Para mostrar ao povo brasileiro, no período eleitoral, que a legenda tem compromisso com a moralidade e a legalidade, o PT, por meio do governo da companheira Dilma, decidiu anunciar de maneira festiva o repatriamento de US$ 1,08 milhão, dinheiro desviado no imbróglio do Banestado através das chamadas contas CC5. Se comparado à fortuna que foi remetida ao exterior ilegalmente, o montante em questão é irrisório.

O dinheiro voltará aos cofres verde-louros não pelo esforço do governo brasileiro, mas graças ao empenho da Corte Distrital de Nova York, que concluiu que os ativos depositados em nome de brasileiros nos Estados Unidos tinham origem criminosa.

Mesmo assim, o mencionado anúncio, que será patrocinado pela Advocacia-Geral da União e pelo Ministério da Justiça, permitirá que muitos falsos moralistas posem para fotos e outros quetais. Como disse certa feita o falso profeta Luiz Inácio da Silva, “nunca antes na história deste país”.

Recordar é viver

Muito estranhamente, as investigações da CPI do Banestado foram interrompidas de forma repentina por suposta interferência de Antônio Celso Cipriani, o empresário que levou a Transbrasil à bancarrota. Amigo do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, Cipriani teria movimento aproximadamente US$ 100 milhões na rede criminosa que tinha no ápice o Banestado, enquanto a companhia aérea jazia em dívidas de R$ 1 bilhão.

Tão logo a CPI aprovou a quebra dos sigilos de Antônio Celso Cipriani, o relator da Comissão, deputado José Mentor (PT-SP), declaradamente contrário à medida, passou a dificultar os trabalhos do colegiado, que culminou com um relatório manipulado e vergonhoso.