Em qualquer país responsável Dilma já estaria sendo investigada por causa das doações de empreiteiras

Fora da lei – Fosse o Brasil um país com doses mínimas de seriedade, o governo da neopetista Dilma Vana Rousseff já estaria na alça de mira da suspeição, com largas chances de ser interrompido por decisão da Justiça. Esse cenário deveria se configurar a partir da declaração de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que em depoimento à CPI do Cachoeira disse que, em 2010, cobrou de empreiteiras ligadas ao órgão doações financeiras à campanha de Dilma, então candidata do governo à presidência.

Considerando que aquilo que é escândalo na seara dos adversários é algo normal quando cometido por petistas, não causou estranheza o posicionamento de alguns parlamentares do PT sobre o assunto. Vice-presidente da CPI do Cachoeira e deputado federal pelo PT paulista, Paulo Teixeira disse que nada de ilegal existiu na atuação de Pagot, pois as doações foram informadas à Justiça Eleitoral. Uma bobagem desmedida, pois seria o mesmo que considerar como legal o dinheiro acumulado por Fernandinho Beira-Mar, caso o traficante tivesse declarado seus rendimentos à Receita Federal.

Líder do PT na Câmara, o deputado federal Jilmar Tatto (SP) também segue a linha de pensamento do companheiro Paulo Teixeira. Tatto entende que as arrecadações feitas por Luiz António Pagot em nada comprometem o PT e o mandato de Dilma Rousseff.

Derradeiros paladinos da moralidade universal, os petistas são especialistas em transformar os crimes que cometem em atitudes inocentes ou milagres suaves. Basta ver o exemplo do abusado João Paulo Cunha, que reconheceu ter recebido dinheiro do Mensalão do PT, mas diante da iminência da condenação se diz injustiçado.

O Congresso Nacional, tomando por base o depoimento sob juramento de Luiz Antônio Pagot, deveria abrir uma CPI para investigar o caso das doações, que por certo ocorreram por meio de extorsão ou intimidação, e requerer o impeachment de Dilma Rousseff, pois a legislação eleitoral vigente não permite o uso da máquina pública em benefício de candidatos.

Dilma, que deve explicações ao povo brasileiro, pois foi com o suado dinheiro do contribuinte que as empreiteiras reforçaram financeiramente a campanha presidencial petista, continua calada e fingindo que de nada sabe, no melhor estilo inocente inútil.

Esperar que o Congresso faça alguma coisa é sonhar em demasia. Dominado pelo PT e pela base aliada, o parlamento brasileiro é um misto de balcão de negócios com genuflexório de amestrados. Por mais que a oposição tente se mobilizar, qualquer ação será atropelada pelo rolo compressor palaciano, sempre acionado quando petistas estão em perigo. Mesmo assim, um pedido de impeachment pode ser protocolado por qualquer cidadão, até porque o Brasil está nas mãos de uma quadrilha.