Cerco fechado – Com a condenação confirmada na tarde de quarta-feira (29), com o voto do ministro Gilmar Mendes, que garantiu a maioria necessária, o deputado federal João Paulo Cunha viu a situação piorar sobremaneira nesta quinta-feira (30). Presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Carlos Ayres Britto acompanhou na íntegra o voto do relator Joaquim Barbosa, o que significa que João Paulo também foi condenado por lavagem de dinheiro, crime que anteriormente fora reconhecido por outros cinco magistrados.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados foi condenado também, por nove votos a dois, pelos crimes de corrupção passiva e peculato por desvio de dinheiro público.
Com a decisão de Ayres Britto, o parlamentar petista foi condenado, por seis votos a quatro, por lavagem de dinheiro, o que deve agravar o cumprimento da pena. Votaram pela condenação no crime de lavagem de dinheiro, além do presidente da Corte, os ministros Joaquim Barbosa (relator), Luiz Fux, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Pela absolvição votaram os ministros Ricardo Lewandowski (revisor), José Antônio Dias Toffoli, Cezar Peluso e Marco Aurélio Mello. A ministra Rosa Maria Weber preferiu não votar sobre esse quesito da denúncia.
“A leitura atenta dos autos mostra a comprovação dos delitos contra a administração pública de Marcos Valério, Ramon Hollembach, Cristiano Paz, João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato. Fica também comprovada a autoria dos crimes de lavagem de dinheiro”, disse o ministro Ayres Britto.
Com essa desfavorável decisão, porém extremamente necessária, João Paulo Cunha pode desistir de concorrer à prefeitura de Osasco, cidade da região metropolitana de São Paulo. O candidato a vice, Jorge Lapas, aguarda uma decisão do agora mensaleiro condenado. “Vai ter que ser uma decisão dele. Estamos aguardando ansiosos”, disse Lapas, que pode ser guindado à cabeça de chapa caso João Paulo abandone a candidatura.
