Jogo sujo – Compreender a política como um todo, principalmente em seus escusos meandros, é tarefa das mais difíceis, quem sabe não seja a mais impossível das tarefas. A situação fica ainda mais desafiadora quando o assunto é base de apoio ou coligação partidária.
Ao leitor pode parecer estranho o começo desta matéria, mas nas próximas linhas a situação ficará clara. Com reconhecida maioria na Assembleia Legislativa de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) conta em sua base de apoio com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), liderado nas paragens paulistas pelo deputado Campos Machado, figura política experimentada até demais.
Candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra conta, pelo em tese e diante das câmeras, com o apoio do seu sucessor, o tucano Alckmin. Acontece que na coligação que dá sustentação à candidatura de Serra é notória a ausência do PTB, que na Assembleia defende com unhas e dentes os interesses do Palácio dos Bandeirantes.
Que política não é um ato de patriotismo, mas um negócio sem fim, todos sabem, mas essa ausência do PTB torna-se ainda mais estranha porque a legenda de Campos Machado integra a coligação de Celso Russomanno, candidato do PRB à prefeitura da capital dos paulistas. Para selar a parceria, o PTB indicou o advogado criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente licenciado da OAB-SP, como candidato a vice na chapa de Russomanno.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo muitos querem saber – alguns já sabem – quem negociou a migração do PTB para a campanha de Celso Russomanno. Há quem garanta que a manobra passa obrigatoriamente pelas eleições de 2014 e tem como objetivo inviabilizar eventuais voos mais altos de José Serra.