Longe das togas, integrantes do Judiciário apostam em condenação em massa no caso do mensalão

Força da lei – O resultado do julgamento do primeiro bloco do Mensalão do PT, pelo Supremo Tribunal Federal, ditou o ritmo do que deve ocorrer nos próximos capítulos da Ação Penal, que passou a ser analisado de forma segmentada por orientação do ministro Joaquim Barbosa, relator do maior caso de corrupção da história brasileira.

A condenação do deputado federal petista João Paulo Cunha e do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus dois ex-sócios – Cristiano de Mello Paz e Ramon Hollerbach – deixou os advogados de defesa dos outros réus com preocupação de sobra.

No final de semana, durante a festa de casamento da filha do ministro Ricardo Lewandowski (revisor do caso), que aconteceu em um elegante e caro hotel-fazenda do interior paulista, o julgamento do Mensalão do PT foi o cardápio paralelo do evento, que contou com a presença de vários integrantes do Judiciário, como Marco Aurélio Mello e José Antônio Dias Toffoli. Entre os magistrados presentes ao regabofe a opinião era uníssona. Dificilmente alguém escapará da condenação.

A tese foi confirmada pelo experiente Marco Aurélio Mello, que não gostou da forma como o agora ex-ministro Cezar Peluso justificou seu voto, alegando que um juiz não condena por ódio, “Nenhum juiz verdadeiramente digno de sua vocação condena ninguém por ódio. Nada constrange mais um magistrado do que ter que infelizmente condenar um réu em matéria penal”, afirmou Peluso. Ou seja, diante da reação de Marco Aurélio é possível concluir que a mais alta Corte da Justiça verde-loura deverá carregar na tinta até o final do julgamento da Ação Penal 470.