Suspensão dos trabalhos da CPI do Cachoeira serve para tirar João Paulo Cunha da alça de mira

Manobra chicaneira – A decisão da direção da CPI do Cachoeira de suspender os trabalhos do colegiado e retomá-los somente após as eleições tem uma explicação que passa pelos interesses do PT. Criada a mando do abusado Luiz Inácio da Silva com o estrito objetivo de fustigar o PSDB e produzir uma cortina de fumaça no julgamento do escândalo do Mensalão do PT, a CPI já cumpriu parcialmente o seu papel. Deixou o tucanato em situação de dificuldade, em especial no estado de Goiás.

No contraponto, a Comissão precisa evitar que membros da oposição circulem pelo Congresso durante o chamado recesso branco e cobrem a renúncia do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

A ideia é deixar que o assunto saia do cardápio midiático e caia no esquecimento com as novas condenações que devem surgir ao longo do julgamento da Ação Penal 470. A perda de mandato foi inserida na pena imposta pelo STF a João Paulo Cunha e deve ser cumprida sem qualquer tipo de contestação, como adiantou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Como a condenação do ex-presidente da Câmara causou ao PT estragos inesperados, obrigando o petista a desistir de sua candidatura à prefeitura de Osasco, a estratégia dos “companheiros” é deixar o assunto para depois das eleições, minimizando de alguma maneira os efeitos colaterais da decisão do Supremo, que foi classificada pelo presidente da legenda, Rui Falcão, como golpe.