Raciocínio obtuso – Quando Lula, em sua campanha pela reeleição, enfrentou o governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República, o PT acionou sua tropa de choque para disseminar a mentira de que os tucanos privatizariam a Petrobras em caso de vitória. O ex-metalúrgico conquistou um novo mandato e promoveu algumas privatizações, sendo que outras estão sendo patrocinadas por sua sucessora, a neopetista Dilma Vana Rousseff.
Apresentada ao eleitorado como uma especialista em energia, o que lhe garantiu o cargo de ministra de Minas e Energia no primeiro governo do companheiro Lula, a nada simpática Dilma parece estar disposta a quebrar a Petrobras. Sem dar ouvidos aos apelos da presidente da petrolífera, Maria das Graças Foster, que clama diuturnamente por aumento dos preços dos combustíveis, Dilma simplesmente descarta essa possibilidade.
Essa cegueira administrativa de Dilma Rousseff foi reforçada nesta quinta-feira (6) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que em ata manteve a projeção de que não haverá reajuste nos preços da gasolina e do botijão de gás em 2012.
A decisão da presidente da República encontra explicação em dois flancos. O primeiro deles refere-se ao desespero dos palacianos em relação à inflação, que tem dado mostras inequívocas de resistência. Qualquer movimento que reforce a inflação serviria para confirmar a herança maldita deixada por Lula, algo que Dilma insiste em negar. Enquanto o maior fantasma da economia continua dando o tom nessa terra desgovernada chamada Brasil, o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, continua posando como se gênio fosse.
O segundo flanco tem na mira as questões eleitorais. Alvejado pelas condenações no caso do mensalão, o PT quer evitar medidas impopulares que possam comprometer o desempenho dos candidatos do partido nas urnas de outubro próximo.
Por causa disso, o Palácio do Planalto não apenas ignora o reiterado pedido de Maria das Graças Foster, funcionária de carreira da Petrobras, como manda às favas os pequenos investidores da estatal petrolífera, que postaram suas economias em uma empresa que serve apenas aos interesses de um governo de incompetentes. Enfim, como disse certa feita o messiânico Lula, “nunca antes na história deste país”.