Paulinho da Força tenta sensibilizar eleitor de SP, que deve lembrar-se da Operação Santa Tereza, da PF

Lenço na mão – Faltando menos de quatro semanas para as eleições municipais, alguns candidatos, empacados nas pesquisas de intenção de voto, já começam a apelar ao sensacionalismo. É o caso do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, candidato do PDT à prefeitura de São Paulo. Presidente da Força Sindical, Paulinho, em seu mais recente programa de campanha, fala em tom melancólico sobre o começo da sua vida e afirma que durante a difícil situação de outrora um prato de macarrão e um copo de refrigerante eram privilégios do dia de Natal.

Essa estratégia chicaneira dos marqueteiros de campanha pode até surtir algum efeito, mas é preciso reavivar a memória dos paulistanos antes que o “choro” de Paulinho da Força acabe convencendo alguns incautos.

Em abril de 2008, Paulo Pereira da Silva, o mesmo do macarrão natalino, foi flagrado pela Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, em um esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O nome do candidato do PDT citado inúmeras vezes no relatório secreto da PF, que serviu de base para o pedido de prisão de onze suspeitos de envolvimento no esquema, entre eles João Pedro de Moura, que os policiais federais classificaram como “um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da organização criminosa com o banco”.

No dia 13 de fevereiro de 2008, policiais disfarçados seguiram e filmaram Paulinho na companhia de Moura, amigo e ex-assessor do pedetista na Força Sindical. Durante três horas, os agentes da PF monitoraram à distância o gabinete 217 do Anexo IV da Câmara, ocupado pro Paulo Pereira da Silva, que atualmente sonha com a prefeitura da maior cidade brasileira.

No documento produzido a partir da Operação Santa Tereza, a PF informa: “Na data de 15 de fevereiro de 2008, às 17h52, Mantovani (Marcos Vieira Mantovani, empresário) confirma com João Pedro o recebimento da sua parcela do desvio do empréstimo do BNDES à Praia Grande. Ele diz que já retirou o envelope e já separou a parte do RT e do PA”. Para a Polícia Federal, “PA” é Paulo Pereira da Silva.