Perna curta – Exigir coerência da classe política é a mais difícil das tarefas, talvez uma missão impossível. E dessa tese não escapa a presidente Dilma Vana Rousseff, apresentada ao povo brasileiro como durona e firme em suas decisões. Não faz muito tempo, Dilma, que tentava manter sua aura nada verdadeira, disse que não se envolveria nas campanhas de candidatos às eleições de outubro próximo. Uma decisão justa e coerente, se respeitada, pois a petista é presidente de todos os brasileiros e por conta disso deve estar acima de qualquer interesse partidário.
Manipulada por seu mentor político-eleitoral, o abusado Luiz Inácio da Silva, a neopetista Dilma foi obrigada a aterrissar na campanha de Fernando Haddad, que concorre à prefeitura da maior cidade brasileira, São Paulo. Como se não bastasse sua participação nos filmetes da campanha do petista, Dilma garantiu presença em comício do “lulodependente”, ocasião em que deverá tecer loas a Haddad e afirmar que o candidato tem apoio e saber governar.
Antes de tudo é preciso lembrar que em termos da Pauliceia Desvairada a presidente Dilma é uma paraquedista estreante, não sem antes ser persona non grata para boa parte da população paulistana. Contudo, a presidente não está errada quando afirma que Fernando Haddad tem apoios. E neste exato ponto da candidatura do ex-ministro da Educação é que mora o perigo.
Haddad foi inventado por Lula, protagonista do período mais corrupto da história nacional e comandante-em-chefe do Mensalão do PT, esquema criminoso de cooptação de parlamentares por meio de mesadas. Haddad também conta com o apoio de Paulo Salim Maluf, que não pode deixar o País por constar da lista de procurados da Interpol, por conta de ordem de prisão expedida pela Justiça norte-americana a partir de processo que versa sobre lavagem de dinheiro. Maluf, o apoiador de Fernando Haddad, também é processado pela prefeitura paulistana, que tenta repatriar US$ 22 milhões, dinheiro desviado das obras da Avenida Água Espraiada, atual Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul da capital dos paulistas.
De última hora, e não de graça, Haddad conquistou o bisonho apoio da senadora Marta Suplicy, que para subir no palanque do candidato petista foi agraciada com o Ministério da Cultura, de onde foi tardiamente desalojada a vermelha, porém nem tanto, Ana de Hollanda. Marta, para quem não se recorda, é a mesma que zombou os brasileiros durante o apagão aéreo com o seu desnecessário e galhofeiro “relaxa e goza”. Para piorar a situação, madame Suplicy tem ojeriza a pobre. Após enchente do córrego Pirajuçara, na Zona Sul paulistana, Marta Suplicy, então prefeita, disse que “pobre é falso, diz que não tem nada, mas qualquer chuvinha diz que perdeu tudo”. Frase infame disparada no vácuo das reclamações de alguns munícipes afetados pela enchente. Fora isso, Marta, que se atirou nos braços de Paulo Maluf na eleição de 2004, agora não quer ouvir falar no nome do polêmico e enrolado prefeito.
Para encerrar, Fernando Haddad conta com o apoio da própria interlocutora eleitoral, Dilma Rousseff, que a exemplo do antecessor comanda um governo emoldurado pela corrupção e pela incompetência.
Por sua importância nos cenários nacional e internacional, a cidade de São Paulo merece muito mais do que os candidatos que aí estão a postular o terceiro mais importante cargo público do País.