Sem propostas, maioria dos candidatos precisa admitir que disputa eleição de olho em negócios

Cornucópia incansável – Garante a sabedoria popular que não existe almoço de graça. De igual modo não há político que se candidate pensando em melhorar a vida da população. Candidatam-se pensando nos próprios interesses. Eleitos, são capazes de fazer algo em benefício para contemplar um cenário que mescla vaidade pessoal e garantir a continuidade no poder. Política é negócio dos bons e seus operadores não pensam de forma distinta.

O Mensalão do PT é o melhor e mais escandaloso exemplo dessa teoria criminoso que reina no universo político verde-louro. Por conta da impunidade, cada vez mais crescente, os desmandos na política são quase interdependentes, tamanho é o número de escândalos.

Essa afirmação que ora fazemos pode ser rápida e facilmente constatada no horário eleitoral gratuito. Na maior e mais importante e rica cidade brasileira, o desfile de candidatos rebocados por propostas absurdas chega a impressionar. O fato de ter jogado em clube de massa é o suficiente para que o sujeito se transforme em candidato. Em outra ponta surgem dirigentes de torcidas uniformizadas, que quase sempre transformam os estádios e suas cercanias em palco de tragédias e violência.

Uma análise não muito apurada das propostas que são despejadas diariamente no horário eleitoral permite até mesmo aos incautos perceber que São Paulo não terá solução no curto prazo, pois a continuidade do caos é garantia de dinheiro fácil mais adiante. Não se pode aceitar que um candidato a vereador tenha como proposta principal de sua campanha a legalização e a urbanização das favelas. Isso representa a perpetuação da indignidade humana, além de incentivar novas ocupações ilegais. Ou seja, com propostas dessa natureza o candidato só pode estar pensando no próprio bolso.

Dos candidatos à prefeitura paulistana que são filiados a partidos com expressão, a maioria projetou gastos de campanha que beiram a casa dos R$ 100 milhões, o que é considerado muito dinheiro em qualquer parte do planeta. Vale lembrar que tais números são oficiais e que por fora há o sempre presente caixa 2, por onde passam quantias semelhantes. Ninguém, em sã consciência, gastaria tanto dinheiro ou assumiria compromisso por patriotismo, idealismo ou amor à cidade. Todos fazem pensando em alcançar o milagre da multiplicação.

O negócio é tão bom (sic) em termos financeiros, que um experiente político paulista, já fora de ação, afirmou, em conversa com o editor do ucho.info, que o prefeito de uma cidade como São Paulo deixa o cargo, depois de quatro anos de mandato, com R$ 200 milhões e as mãos limpas. Se for mais ousado e quiser correr riscos, lembrou o nosso interlocutor, a bolada pode ser muito maior.