Para defender Lula, petistas obedientes desafiam a democracia e mandam aos ares mentiras mil

Blasfemar é a ordem – Negar o inegável, justificar o injustificável, explicar o inexplicável, defender o indefensável. Eis a esperada missão dada pela cúpula do Partido dos Trabalhadores à insana e obediente massa de companheiros, que de agora em diante terão de fazer do demoníaco Luiz Inácio da Silva um candidato à canonização. Isso porque os petistas sequer cogitam a possibilidade de ver o ex-metalúrgico na vala putrefata do Mensalão do PT, onde já agonizam alguns dos acusados e participação no esquema criminoso de desvio de dinheiro público e compra de parlamentares.

Sofrendo nas campanhas rumo às eleições municipais de outubro próximo, o PT tenta reverter a qualquer custo a débâcle que se avizinha cada vez mais no vácuo do julgamento da Ação Penal 470, pelo Supremo Tribunal Federal.

No Congresso Nacional, dois petistas se encarregaram de defender Lula. No Senado Federal, o ex-governador do Acre, Jorge Viana (PT), desfiou um rosário de sandices para defender o companheiro de legenda. Disse o petista acreano que Lula foi responsável pela inclusão social, pela mudança de vida do brasileiro e por fazer o Brasil mais conhecido internacionalmente. A tal inclusão social a que se referiu Jorge Viana se deu no rastro de um programa criado por antecessores e que na era Lula funcionou como ferramenta de criação de um obediente curral eleitoral. É o tal do Bolsa Família, que teoricamente tira o cidadão da faixa da miséria, mas o coloca no ócio contemplativo com a obrigação de obediência eleitoral.

As mudanças implementadas por Lula na vida de cada brasileiro pode ser facilmente conferida nas pilhas de carnês que se avolumam em milhões de lares verde-louros. Endividamento recorde das famílias, inadimplência em alta, crédito fácil e consumo descontrolado são as testemunhas desse grande feito, que tem como companhia inseparável a resistente inflação. No tocante a fazer do Brasil um país mais conhecido no cenário internacional, Viana deve ter se valido de fatos como a vergonhosa genuflexão do Palácio do Planalto diante dos sanguinários ditadores cubanos (Raúl e Fidel Castro), ao apoio incondicional do governo brasileiro ao tiranete Hugo Chávez, à hospedagem forçada do hondurenho Manuel Zelaya na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, ao endosso dado ao homem-bomba iraniano Mahmoud Ahmadinejad, ao rapapé aplicado no Paraguai no Mercosul, à proteção ideológica dispensada ao presidente-cocalero Evo Morales, e tantos outros episódios vexatórios para a diplomacia nacional.

Na Câmara dos Deputados, o secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, André Vargas, parlamentar eleito pelo Paraná, afirmou que a transmissão ao vivo do julgamento do Mensalão do PT coloca em risco a democracia. Uma declaração coerente para quem integra um partido que sonha em implantar no Brasil uma ditadura civil, a tal da ditadura ideal, nos moldes da que existe na vizinha Venezuela, onde Hugo Chávez cumpre à risca um dos mandamentos pétreos e burros do socialismo: a socialização da miséria.

André Vargas, que está longe de ser uma ode à genialidade, não se manifestou com tanto ímpeto e convicção por ocasião do brutal e covarde assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André. Por discordar do destino dado ao dinheiro da propina arrecada na cidade do ABC paulista, que de acordo com o combinado deveria financiar a campanha de Lula em 2002, Celso Daniel foi sequestrado e morto, não sem antes passar por sessão de empalação, método de tortura que remonta à Idade Média. Isso sim colocou a democracia em perigo, assim como a misteriosa morte de Toninho do PT, então prefeito de Campinas, que acabou vítima do mesmo esquema que imperava em Santo André.

Atentado contra a democracia é tentar intimidar o Supremo Tribunal Federal, como fez Lula ao assediar o ministro Gilmar Mendes (STF), para postergar o julgamento do caso do Mensalão do PT. De igual modo é atentado contra o Estado Democrático de Direito afirmar que é falacioso o voto do ministro-relator Joaquim Barbosa, que afirmou que o Palácio do Planalto, à época de Lula, comprou parlamentares no Congresso. E quem cometeu tal irresponsabilidade foi o presidente da Câmara dos Deputados, o petista gaúcho Marco Maia.

Política está longe de ser uma reunião de monges crédulos e benevolente, mas querer implantar o banditismo político à luz do dia é excesso de ousadia, algo que o Supremo colocou na alça de mira e está mandando um duro recado à classe de saltimbancos com mandato. Atentai bem, ó senhores políticos, pois às vezes o astro-rei nasce de forma geometricamente distinta.