Faltando dois anos para a Copa do Mundo, o principal aeroporto do País é motivo de vergonha e irritação

Baderna nacional – Quando a FIFA, em 31 de outubro de 2007, anunciou que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, os jornalistas do ucho.info foi contra o ufanismo que tomou conta da população e afirmou que o País não tinha condições, como ainda não tem, para sediar um evento de tamanha magnitude. À época do anúncio, ainda na Suíça, o então presidente Luiz Inácio da Silva garantiu que o Brasil realizaria a melhor Copa de todos os tempos.

Além das duras críticas que sofremos por parte de palacianos, o secretário-geral da FIA, Jérôme Valcke, foi chamado de “idiota”, de forma transversa e inominada, por Lula apenas porque ousou externar sua preocupação com os aeroportos brasileiros. Inconformado com a possibilidade de alguém afrontar seu falso messianismo, Lula prometeu investimentos de R$ 5 bilhões para a reforma e ampliação dos principais aeroportos nacionais. Como se sabe, o tempo passou e nada foi feito, obrigando o governo da presidente Dilma Rousseff a entregar alguns aeroportos à iniciativa privada.

Se Jérôme Valcke vier ao Brasil, na condição de ilustre desconhecido, perceberá que sua preocupação é procedente, pois o Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, o principal e maior do País, é uma assustadora homenagem ao caos. Na última terça-feira (18), leitores do ucho.info desembarcaram em Guarulhos, vindo dos Estados Unidos. Depois de longas horas de viagem, a aeronave foi direcionada a um terminal remoto, o que obrigou os passageiros a embarcarem em um ônibus da Infraero que os levou à área de desembarque e de bagagens.

A acomodação dos passageiros no tal ônibus se deu aos gritos de um funcionário da companhia aérea, que empurrava as pessoas para dentro do veículo, pois não havia no momento ônibus em quantidade suficiente. Em outras palavras, depois de uma viagem internacional os passageiros foram tratados como se estivesse em uma estação do Metrô paulistano no horário de pico.

No setor de bagagens, usar os banheiros era uma missão impossível diante do excesso de sujeira e do insuportável mau cheiro. Depois de longa espera pelas bagagens, os passageiros que seguiriam viagem para outras cidades fora obrigados a enfrentar uma nova sequência de descaso por parte das autoridades aeroportuárias. No setor de voos domésticos, os passageiros mais uma vez se decepcionaram. Na sala de embarque, cujo ar condicionado não funcionava, havia lixo espalhado pelo chão e a sujeira também imperava nos banheiros.

Com passagem marcada para Porto Alegre, os leitores rumaram ao portão de embarque, cujo letreiro anunciava um voo para Fortaleza. Ao reclamarem, os passageiros ouviram de um funcionário da companhia que se trata de um erro da Infraero. Para completar a epopeia, os cansados passageiros tiveram de enfrentar mais um deslocamento de ônibus até o avião que os levaria à capital gaúcha.

Como se não bastasse, quem circula pela área de alimentação, no setor de embarque, constantemente é assediado por pedintes que se postam ao lado das filas dos restaurantes, sem que as autoridades tomem qualquer providência. Nas filas do check in, quadrilhas de assaltantes e punguistas continuam fazendo do roubo de malas e computadores pessoais um rentável negócio, sem que a polícia consiga agir na mesma proporção e intensidade dos ataques criminosos.

Quando o ucho.info afirma que os estragos provocados pela incompetência de Lula exigirá dos brasileiros cinco décadas de esforço para que os mesmo sejam sanados, há quem afirme que somos exagerados e intransigentes. Considerando a alta carga tributária que o Estado nos impinge, sem qualquer dose de piedade, e o valor nada baixo da taxa de embarque cobrada nos aeroportos brasileiros, o mínimo que podemos fazer é criticar de forma dura e persistente um governo que se especializou ao longo dos anos em corrupção.

Como disse certa vez o próprio Lula, “nunca antes na história deste país”. E você, caro brasileiro, esteja preparado para se envergonhar durante a Copa, que tem ingredientes de sobra para ser um enorme fiasco.