Brasil é o 3° país com mais assassinatos de jornalistas em 2012, revela comitê

Alça de mira – Muito se discute sobre a necessidade de um diploma universitário para o exercício do jornalismo no Brasil, mas dependendo do segmento escolhido é preciso outro ingrediente, que não um canudo, que, diga-se de passagem, não faz um bom profissional de imprensa. É preciso coragem!

De acordo com dados divulgados pelo Comitê Internacional de Proteção aos Jornalistas, o Brasil ocupa a terceira colocação no ranking dos países com maior número de assassinatos de profissionais de imprensa somente neste ano. De agosto de 2010 a julho de 2012 foram registradas doze mortes violentas de jornalistas, sendo quatro delas nos últimos nove meses, conforme informou o portal Terra.

Os países que registraram os maiores números de mortes de jornalistas foram a Síria, com 22 profissionais mortos na guerra civil, e a Somália, com seis mortes de jornalistas – motivadas, oficialmente, pelo trabalho na imprensa.

O mais recente assassinato de um jornalista brasileiro ocorreu em junho passado, quando o comentarista esportivo Valério Luiz de Oliveira, da Rádio Jornal (Goiânia), foi assassinado na entrada da emissora por um homem que estava em uma motocicleta. Em abril, em São Luís, o jornalista político e blogueiro Décio Sá foi morto com seis tiros em um bar. O Ministério Público denunciou doze pessoas pelo crime ocorrido na Avenida Litorânea, na capital maranhense.

O editor-chefe do jornal eletrônico Vassouras na Net, da cidade fluminense de Vassouras, foi morto em fevereiro ao lado da namorada. Também, no mesmo mês, o jornalista Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, conhecido como Paulo Rocaro, foi assassinado por dois homens que estavam em uma moto em Ponta Porã (MS).

Pressão total

Como mencionado na abertura da matéria, o exercício do jornalismo no Brasil está se transformando em profissão de risco, em especial para aqueles que se dedicam ao cotidiano da política e ousam revelar a verdade e externar suas opiniões.

Muito antes de os criminosos chegarem às vias de fato, os incomodados se valem de todos os métodos de intimidação, como ameaças por telefone, monitoramento eletrônico, grampo telefônico e cibernético, sequestros, além de seguidas tentativas de suborno. Quando nada disso produz o resultado esperado pelo ocupante do poder, o assassinato do jornalista é o passo seguinte. Enquanto as autoridades não tomarem as devidas providências para decretar o fim desse acinte recorrente, os profissionais da imprensa continuarão trabalhando à sombra do medo. (Com informações do Terra e do Comunique-se)