Em disputa judicial com a Record, José Luiz Datena critica receita que mistura política, religião e mídia

Dando o troco – Apresentador da Rede Bandeirantes, o jornalista José Luiz Datena dedicou a edição desta segunda-feira (24) da coluna que mantém no jornal Metro a três temas polêmicos e que tem pautado a disputa eleitoral em São Paulo: política, religião e mídia. Para Datena, “urna não é televisão, nem igreja”, referência a Celso Russomanno, candidato à prefeitura paulistana pelo PRB, partido controlado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Vale lembrar que o líder maior da Universal, bispo Edir Macedo, é dono da Rede Record, de onde Datena saiu para voltar à Band e com quem trava uma batalha judicial milionária.

Na opinião do apresentador, não é uma boa receita misturar popularidade conquistada na TV com política e religião. “Volto a dizer: aparecer na televisão com milhões de pessoas confiando em você te dá uma vantagem em relação aos demais candidatos. Pode ser legal, mas não é justo. Ainda mais quando se mistura religião no meio dessa receita”, escreveu Datena.

Em determinado trecho do texto, José Luiz Datena citou como exemplo o candidato Russomanno, que lidera as pesquisas de intenções de voto para a prefeitura de São Paulo e que até recentemente comandava o quadro “Patrulha do Consumidor”, na Record. “Nada contra o Celso Russomanno, que sempre foi um cara simpático comigo. Também nada a favor, exatamente pelo o que ele representa”, escreveu o apresentador da Band.

Datena destacou em seu texto que a história é testemunha que a associação da política coma religião produziu injustiças. “Não foi um político que lavou as mãos para mandar Jesus Cristo para a cruz? Claro que sim, Pôncio Pilatos, pró-cônsul romano da época”. Para justificar seu posicionamento, o jornalista afirma que nos dias atuais Pilatos seria facilmente eleito.

E Datena faz uma aposta em relação ao futuro ao afirmar que enquanto ao poder chegarem pessoas que não correspondem às necessidades e expectativas do País: “teremos muito a reclamar”. (Com informações do Metro)