Sem limites – Condenado na Ação Penal 470, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, o deputado federal João Paulo Cunha, do PT paulista, foi obrigado a desistir de sua candidatura à prefeitura de Osasco, cidade da região metropolitana de São Paulo.
Não fossem os votos dos ministros do Supremo que lhe garantiram o “direito” de passar alguns anos atrás das grades, João Paulo, que presidiu a Câmara dos Deputados à época do Mensalão do PT, corria o risco de ter sua candidatura impugnada por campanha antecipada. Há muito ciente de que concorreria à prefeitura da cidade, João Paulo Cunha distribuiu aos camaradas que infestam a administração pública de Osasco, no começo do ano, uma agenda para 2012 que na capa traz uma escandalosa campanha eleitoral fora de hora.
Como tivesse comemorando os cinquentenário da emancipação da cidade, comemorada neste ano, João Paulo aparece na capa da tal agenda como se fizesse uma homenagem à cidade. Um escândalo inadmissível cometido pelo integrante de um partido que nos últimos anos se acostumou ao desmando e à corrupção, como se no Brasil não existisse Justiça.
A brincadeira de João Paulo Cunha de ser político acabou tarde, mas por sorte o Supremo acordou a tempo. O abusado caso da tal agenda reflete com clareza o perfil megalômano do parlamentar petista, que enquanto esteve presidente da Câmara circulava por Brasília a bordo de carro oficial e com a escolta de batedores, sempre empurrados por estridentes sirenes, como se anunciassem a chegada de uma divindade à capital dos brasileiros.