Empurrão extra – O oportunismo condenável do governo federal em época de eleições é simplesmente absurdo. Faltando menos de duas semanas para o primeiro turno, o governo da presidente Dilma Rousseff decide anunciar a ampliação do alvo do programa “Minha Casa, Minha Vida”, cujo limite de financiamento nas capitais chega a R$ 170 mil e não atende a classe média, que cada vez mais se depara com a alta nos preços dos imóveis.
Quando foi lançado, para turbinar a candidatura de Dilma Rousseff à presidência, o ucho.info afirmou que o programa só funcionaria longe das grandes capitais, onde a escassez de terrenos para grandes empreendimentos é cada vez maior. À época, o objetivo dos palacianos era induzir a população ao erro e tentar empurrar o eleitorado na direção da candidata petista escolhida para concorrer à sucessão de Lula, o Messias.
Em conversas com executivos financeiros que trabalham como prepostos de grandes investidores, o ucho.info ouviu desses qualificados profissionais que a região metropolitana de São Paulo, como de outras capitais também, já não é o destino do dinheiro daqueles que desejam investir em projetos habitacionais. A razão é simples e óbvia: os poucos terrenos que restam estão com os preços nas alturas.
Voltando ao oportunista anúncio oficial, o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, informou que o objetivo é reduzir as taxas de juro e ampliar os limites de renda familiar com condições de acessar o programa e os respectivos valores financiados.
Nos moldes atuais, somente famílias com renda mensal de até R$ 5,4 mil se enquadram no programa, que utiliza recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e tem cobra taxas de juro de no máximo 8,16% ao ano. Para as famílias com ganhos mensais de R$ 3.101,00 a R$ 5.400,00 (faixa 3), a nova taxa de juro será reduzida de 8,16% para 7,16% ao ano.
Considerando que o governo classifica como integrante da classe média o cidadão que recebe mensalmente acima de R$ 1.020,00, o oportunismo político-eleitoral está exatamente neste ponto. Como dois terços da população economicamente ativa recebem menos do que dois salários mínimos mensais (a informação é do IBGE), o governo se compromete a comprar e subsidiar em até 95% os imóveis para as famílias com renda até R$ 1,6 mil.
Se o Estado se vê obrigado a custear a compra da casa própria para a extensa maioria da população, é porque as políticas econômica, de geração de emprego e de distribuição de renda são vergonhosamente falhas.
Não se trata de atropelar o direito do cidadão à casa própria, mas o País não poder de uma ditadura apenas porque os atuais donos do poder usam a fragilidade do cidadão como atalho para implantar um modelo político totalitarista.