Virou bagunça – A cada dia que passa é maior o número de explicações para o sonho de muitos espertalhões e despreparados de ingressar na política. Não porque esses cidadãos são patriotas convictos e estão preocupados com seus semelhantes, mas porque a polícia é uma mamata sem fim.
Há meses, uma polêmica ocupou os corredores do Senado Federal, casa parlamentar supostamente vinculada às legalidades. Na ocasião, surgiu a informação, devidamente confirmada, que os senadores deixaram de recolher o imposto de renda referente aos 14º e 15º salários no período entre 2007 e 2011. Conversa vai, conversa vem, o assunto foi deixado ao relento para que a opinião pública fosse alcançada por uma dessas constantes lufadas de amnésia que sopram nessa “banânia” chamada Brasil.
Agora, depois muitas análises técnicas, o Senado decidiu pagar, com o suado dinheiro do contribuinte, os valores não recolhidos pelos parlamentares, que, por questões óbvias, continuam doutos e inocentes.
Guindado à vice-presidência do Senado com a licença de Marta Suplicy, o senador Aníbal Diniz (PT-AC), que é suplente do petista Tião Viana (atual governador do Acre), anunciou a bisonha decisão, como se dinheiro público desse aos montes nos galhos retorcidos das árvores do Cerrado.
“Ficou uma dúvida, mas não foi culpa dos senadores. A Mesa adota a posição de fazer o ressarcimento devido. A Casa reconhece que se houve falha, a Casa vai fazer o pagamento”, disse Aníbal Diniz, que assim livrou o governador do Acre de colocar a mão no bolso.
A decisão foi tomada nesta terça-feira (25) durante reunião da Mesa Diretora do Senado, que é formada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), o próprio Aníbal Diniz e outros tantos que se arvoram na estrutura da Casa parlamentar para defender apenas e tão somente seus próprios interesses.
Por isso, caro leitor, quando a Receita Federal lhe enviar uma daquelas maledicentes cartas de cobrança, limite-se a responder que correu um equívoco e que você está à procura de um trouxa que quite sua dívida. Pois é assim que o Senado enxergou os contribuintes, como trouxas.
