Jogo de cartas – Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Teori Zavascki será sabatinado nesta terça-feira (25) pela Comissão de Constituição de Justiça do Senado (CCJ). Pelo menos é o que consta da pauta da CCJ, que os partidos de oposição tentarão mudar através de um pedido ao presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP). A ideia dos oposicionistas é postergar a sabatina como forma de não comprometer a sequência do julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470). Outra saída é esticar ao máximo a sabatina, fazendo com que a mesma se sobreponha à votação do Código Florestal. De acordo com o regimento interno do Senado Federal, qualquer atividade parlamentar deve ser imediatamente suspensa diante do início de sessão plenária.
Tido como um magistrado eminentemente técnico, Zavascki, que foi indicado para a vaga de Cezar Peluso, poderá pedir, de acordo com o regimento do Supremo Tribunal Federal, pedido de vista caso queira participar do julgamento do maior escândalo de corrupção da história nacional. Com isso, o julgamento seria suspenso e a decisão postergada por aproximadamente seis meses, tempo necessário para que o novo ministro do STF conheça o processo que tem mais de cinquenta mil páginas. Confirmada essa hipótese, algumas penas a serem impostas aos réus sofreriam redução ou até mesmo prescrição.
Se decidir participar do julgamento, o que seria um péssimo começo e confirmaria a tese especulativa de que chegou à Corte com uma missão a cumprir, Teori Zavascki cairia em desgraça junto à opinião pública, que há anos espera a condenação dos chamados mensaleiros. Caso não apresente pedido de vista, como aguardam os réus do mensalão, a celeridade que marcou sua indicação ao Supremo pela presidente Dilma Rousseff perde a razão de ser. Foi apenas para tumultuar o julgamento que pode aniquilar o PT é que Teori Zavascki foi indicado em tempo recorde, deixando para trás, inclusive, alguns candidatos à vaga.